A reunião aconteceu no último sábado, 24 de março, após o encontro regional do Partido Democrático Trabalhista realizado no Centro de Tradições Gaúchas Sinuelo do Norte, em Vilhena.
Servidores estaduais, que aderiram à greve, de Vilhena e outras cidades aproveitaram a presença do vice-governador Daniel Pereira e o chamaram para uma reunião, no intuito de conseguirem respostas sobre as reivindicações solicitadas pelos profissionais da educação do estado de Rondônia.
Acompanhados pelos membros do Sindicato, os servidores cobraram respostas do vice-governador sobre as propostas de plano de valorização dos profissionais da educação para o triênio 2018/2020. A greve dura mais de 40 dias e apesar do Tribunal de Justiça ter estabelecido uma multa por dia letivo de R$ 100 mil, com limite de R$ 1,5 milhão ao Sintero, caso o movimento grevista fosse continuado. Foi estabelecida também uma multa de R$ 3 mil por dia letivo à presidente e membros do sindicato, com limite de R$ 15 mil. A ordem não intimidou os grevistas que decidiram manter a greve na rede estadual de ensino.
O professor Antônio Nogueira, do município de Cerejeiras destacou que os servidores não estão solicitando nada a mais do que foi aprovado no ano de 2015, na Assembleia Legislativa do Estado. A lei 3.565/2015 – LEI – Plano Estadual de Educação com a implementação das metas. “Precisamos de valorização! Tem professores que virão se aposentar, após anos de dedicação e irão receber no máximo dois salários mínimos. Isso não é justo. Criou-se a Lei, mas não está sendo cumprida”. O educador também lembra que foi o próprio governo que sancionou a Lei, além da conferência ter durado três meses, tempo suficiente para não aceitar as metas de valorização.
A deputada estadual Rosangela Donadon (PDT) também participou da reunião e relatou que na última semana participou de uma reunião com a Comissão de Educação e Cultura, onde os secretários da SEFIN, Chefe da Casa Civil e secretário de Planejamento não compareceram à reunião. “Estou retornando para a capital esta semana e na primeira oportunidade, vamos reunir a comissão e cobrar mais responsabilidade e firmeza. Vou clamar por uma solução para que os alunos, servidores e comunidade não fiquem prejudicados”, disse.
O governador Daniel Pereira explicou inúmeros motivos, principalmente os econômicos pelas quais o impasse ainda não tenha sido resolvido. “Em 2015, quando a Lei foi aprovada o estado de Rondônia estava no seu melhor ano, no quesito de orçamento. Porém, nos anos de 2016 e 2017 o orçamento caiu, tivemos um baque na economia. Estamos subindo novamente neste ano. Temos que contratar 450 professores emergenciais, essa contratação vai atrapalhar muito a folha dos demais. Temos aproximadamente, 1600 processos de aposentadoria e 1500 processos da transposição para entrar na folha da união”, esclareceu.
Daniel Pereira também solicitou que os servidores tivessem mais um pouco de calma, pois ele estaria marcando uma audiência em caráter de urgência com o Governador Confúcio Moura nesta terça-feira, 27, para encontrarem um acordo. “Vamos resolver. Vamos estudar uma maneira de resolver esse problema o quanto antes. Tivemos um crescimento no orçamento e vamos estudar uma maneira de solucionar até 90% das reinvindicações dos servidores”.
O vice-governador também lembrou que é educador e que vem de família que trabalham na educação. “Sou professor e estou como vice-governador. Se eu não estivesse na política com certeza estaria com todos vocês nessa luta. Peço apenas mais alguns dias e tudo será solucionado”.
A professora Janete Maria Warkta, que está há 21 na educação, afirmou que não há nenhuma possibilidade dos servidores recuarem e retornarem à sala de aula, sem uma definição justa ofertada pelo Governo. “Vamos aguardar a audiência do vice-governador com o governador e ouvir as propostas que eles nos darão”.
Também participaram da reunião, o deputado estadual Airton Gurgacz e Só na Bênça. Em Colorado do Oeste, durante o “Dia do Negócio”, os servidores também cobraram do vice-governador atenção imediata para acabar com a greve.
Texto e fotos: Redação / Folha de Vilhena