A 9ª edição do mutirão de despoluição do rio Guaporé e afluentes, no município de Cabixi, reuniu dezenas de voluntários e parceiros no último sábado (18). Na ocasião, foram coletados mais de 4 toneladas de lixo. O maior volume era de eletrodomésticos, latas, garrafas, sacolas plásticas, entulhos, dentre outros.
O projeto que iniciou há quase uma década pelo educador ambiental, José Ribeiro da Silva, conhecido também como Zé Ambientalista, ganhou ao longo dos anos, o apoio dos moradores da cidade, estudantes, ribeirinhos e pescadores profissionais.
O pescador profissional, Pedro Alves que faz parte de uma associação local, conta que há quase quatro anos participa do projeto, e que nos últimos anos deu uma diminuída no volume do lixo coletado no Rio Guaporé. “De dois anos para cá, teve uma diminuída na quantidade de lixo, a população começou a ter mais consciência”, explica.
Nos últimos dois anos, cerca de 200 voluntários participaram das ações de limpeza que resultaram na coleta de 9 toneladas de lixo e entulho. Apesar do número expressivo, os voluntários acreditam que houve uma diminuição em relação ao lixo nos anos anteriores, já que a área de atuação foi ampliada.
Mais de 60 voluntários ajudaram na realização do projeto deste ano, divididos em várias equipes que contribuíram com a alimentação, recolhimento do lixo e entulho, organização dos acampamentos e na direção dos barcos. Além das parcerias de órgãos e empresas, como a Sedam, Emater, Prefeitura Municipal de Cabixi e da equipe da Sicoob Credisul que participou do mutirão pelo segundo ano consecutivo.
Equipes em mais de dez barcos navegaram por cerca de 250 km pelos rios Cabixi, Guaporé e Pimenteiras coletando lixo, onde toneladas foram levados até a Vila Neide, local escolhido como ponto de encontro para ser deixado o lixo e entulho. Conforme o diretor ambiental, Orlando Silva, o lixo será levado ao lixão municipal e, as latinhas encontradas e coletadas serão vendidas.
Preocupante
Além disso, moradores locais explicaram que o lixo encontrado no mutirão de despoluição é causado em grande parte pelas pessoas que visitam o local, já que elas acabam jogando objetos no rio. Ainda conforme um pescador é feito palestras de conscientização com os turistas para que não poluam o rio com o lixo.
Geração de valor
Cerca de 30 crianças de 8 a 13 anos das escolas Chico Soldado [municipal] e José de Anchieta [estadual] ligados às igrejas Metodista e Católica junto com orientadores desenvolvem o projeto chamado “Educadores Ambientais Mirins”, na qual, promovem tradicionalmente diversos trabalhos ambientais com moradores e turistas, como: palestras, pits-stop e campanhas.
“É um trabalho muito importante para proteger à natureza, porque nós não estamos apenas pensando no nosso presente, estamos pensando também no futuro das próximas gerações”, conta uma participante.
A Pastora Marenice Hifran, conta que morou em diversas cidades do Brasil e que esse tipo de projeto desenvolvido pelas crianças só viu acontecer em Cabixi: “se houvesse projetos semelhantes a esse em todos os Estados, o Brasil com certeza seria um país melhor”, finaliza.
Ato nobre
De acordo com informações de voluntários, existe um morador na região que frequentemente vai à Vila Neide juntar latinhas para vender e todo o dinheiro é doado para o Hospital de Câncer em Barretos. Na ocasião, a imprensa tentou entrar em contato com ele, mas o morador não foi encontrado.
Texto e fotos: Redação FV – Abel Labajos
Fonte: FOLHA DE VILHENA