Nos 13.632 locais de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 haverá 67 mil detectores de metal, número que garante vistoria dos participantes na entrada e na saída de todos os banheiros. O número é proporcionalmente maior ao da edição passada, quando os detectores passaram a ser usados em todos os banheiros e não mais de forma aleatória, como ocorreu em 2014 e 2015.
Com a ampliação do uso de detectores de metal e a estreia de outras duas novas tecnologias – detectores de ponto eletrônico e prova personalizada – o Enem 2017 terá a estrutura de segurança aprimorada em relação a 2016, fortalecendo a isonomia entre os participantes.
Será um detector de metal para cada 100 participantes. Em 2016, a relação era de 110 participantes por aparelho – naquele ano, foram usados 78 mil detectores, mas para um número maior de candidatos. Com o encerramento da função de certificação do ensino médio, que voltou a ser do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), o Enem 2017 teve 6.731.203 inscrições confirmadas, 22% a menos que em 2016, com 8.627.371.
Para reforçar a estratégia aplicada em 2016, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) fechou um acordo administrativo para locação de 35 mil detectores junto ao Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe). O consórcio aplicador de 2017, formado pela Fundação Cesgranrio, Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista (Vunesp) e Fundação Getúlio Vargas (FGV) fornecerá outros 32 mil detectores. O grupo tinha 29 mil aparelhos disponíveis e adquiriu mais 3 mil recentemente.
Cada dispositivo será alugado por R$ 20, o que representará um custo total de R$ 700 mil. O gasto com os alugueis não aumentará o custo final do exame porque o valor já estava previsto no orçamento da segurança. O consórcio aplicador, com apoio do Exército, já iniciou a verificação dos aparelhos alugados. O trabalho deve ser encerrado até sexta-feira, 13.
Segurança – Além da ampliação no número de detectores de metal, o Inep diversificou a estratégia de segurança desta edição com a adoção, inédita, de detectores de ponto eletrônico em todas as unidades da federação. Os novos aparelhos serão distribuídos em locais estratégicos, selecionados pela Polícia Federal a partir de um trabalho de inteligência que vem sendo preparado desde a aplicação do Enem 2016, por meio de informações do Inep e do Ministério da Educação.
Trata-se de um receptor avançado de detecção de campo próximo, capaz de identificar a emissão de sinais em radiofrequência de wifi, bluetooth, celulares e transmissões ilegais. O Andre, da marca Rei, fornecido pelo grupo Berkana, detecta transmissões de radiofrequência independentemente de serem desconhecidas, ilegais, disruptivas ou de interferência.
A solução foi uma recomendação da Polícia Federal, com vistas à localização, de forma mais precisa e sem necessidade de busca pessoal, de aparelhos de transmissão muito pequenos e que, eventualmente, possam ter burlado a inspeção por meio dos detectores de metal. O uso do dispositivo é inspirado na estratégia de segurança do Gaokao, processo seletivo chinês para entrada em universidades.
A prova personalizada, com os cadernos de questões identificados com nome e número de inscrição do participante, também inibe, significativamente, as tentativas de fraudes. Com o novo recurso, o participante não tem a opção de mentir sobre a cor da sua prova, uma vez que seu cartão de resposta estará vinculado ao caderno de questão personalizado.
Outras medidas consolidadas em outras edições serão mantidas, como é o caso da coleta do dado biométrico, lançada em 2016. O objetivo do Inep ao ampliar os recursos de segurança é permitir que eles sejam cada vez mais especializados no combate às tentativas de fraudes, garantindo a isonomia do exame.
A parceria com a Polícia Federal e o trabalho de inteligência feito com cruzamento de dados e investigação resultou na anulação dos resultados de 13 participantes das edições de 2015 e 2016. Os participantes que tentaram fraudar o exame por meio do uso de ponto eletrônico, por exemplo, além de terem os resultados cancelados e perderem o direito às vagas na educação superior, são indiciados por crime de fraude em certames de interesse público.
Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep