Diretora de Práticas Assistenciais do HRV está sendo capacitada no hospital Albert Einstein em São Paulo
Uma equipe multiprofissional de Porto Velho, em parceria com a equipe do Hospital Regional de Vilhena, realizou na manhã desta quarta-feira, 30, uma captação de órgãos (rins e córnea) de uma paciente que teve morte cerebral na UTI nesta terça-feira, 29.
De acordo com a enfermeira e presidente da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOT), Graziele Jacob, a atitude da família comoveu a equipe. Esta é a segunda vez que o procedimento acontece em 2017 em Vilhena.
A paciente tinha 63 anos e trabalhou 14 no próprio hospital onde teve os órgãos captados. O filho, Leandro Souza, disse que a mãe era uma pessoa amorosa e doar um órgão dela significa que parte dela estará viva em outra pessoa. “Ela amava ajudar as pessoas, a doação vai permitir que outra pessoa viva com um pedaço dela. Nossa dor é grande, mas alguém vai sorrir com essa decisão. Ela já tinha nos pedido em vida”, comentou o filho, emocionado.
Com a disposição da família documentada após protocolo, uma equipe de Porto Velho da Central Estadual de Transplantes se deslocou de aeronave até Vilhena. O cirurgião Alber Pessoa explicou que a distância do município até a capital impede que alguns órgãos sejam doados, por exemplo o coração que exige o transplante em aproximadamente quatro horas. “O rim deve ser transplantado em 24 horas, então é possível”, comentou. A córnea também foi retirada. Os rins da paciente já foram levados diretamente para São Paulo.
O serviço de doação de órgãos existe no município há cerca de dois anos, mas voltou a funcionar em março de 2017. O secretário de saúde agradeceu a família. “É satisfatório para nós ver o nosso hospital avançando em trabalhos como este. A Graziele está sendo capacitada em um dos melhores hospitais do país e isso serve de bagagem para o nosso município. Além disso, os novos carrinhos de anestesia possibilitaram um desempenho melhor do procedimento”, comentou Março Aurélio Vasques, secretário municipal de Saúde de Vilhena.
A prefeita lamentou a perca da família, mas engrandeceu a atitude dos entes da ex-servidora. “Desejamos que outras famílias também tenham consciência desse ato de amor”, destacou Rosani Donadon.
Apenas quatro municípios no Estado realizam captação de órgãos, Porto Velho, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena. “A decisão da família de doar salva vidas. Incentivamos outras famílias a fazer o mesmo”, disse o filho da doadora.
Fonte: Semcom