Durante coletiva de imprensa realizada no final da manhã desta quinta-feira, 27, no auditório da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), em Vilhena. O Diretor de Polícia do Interior, Delegado Arismar de Araújo, bem como o Delegado da Polícia Civil, Marcos Farias, titular da Delegacia especializada no combate a crimes contra o patrimônio em Porto Velho falaram sobre a chacina ocorrida no município de Cabixi, no dia 02 de abril de 2017, por volta das 22h50 minutos, ocasião em que foram assassinadas cinco pessoas, com idades entre 15 e 24 anos. Duas tiveram as vidas poupadas.
Conforme o Delegado Arismar de Araújo, o Inquérito Policial (IP) de nº 053/2017 da Delegacia de Polícia do município de Colorado do Oeste foi encerrado e, durante o decorrer das investigações chegou-se à autoria do crime. Entre os suspeitos estão: José Elismar Moura, Yuri Felipe de Lima (presos na Casa de Detenção de Vilhena), Yuri de Oliveira Silva (foragido da justiça), e uma quarta pessoa que também está presa no presídio em Colorado do Oeste, mas que não pode ter ainda seu nome divulgado, uma vez que, a polícia está aguardando o resultado de exames periciais.
Ainda conforme o Drº Arismar, a motivação do crime foi a disputa do território pelo tráfico de drogas, envolvendo facções criminosas à nível nacional. Para a polícia civil desvendar o crime e chegar aos autores, foram utilizadas várias técnicas, entre elas, exames de balísticas, levantamento de impressões digitais de objetos deixados na cena do crime e material genético coletado pela polícia técnica. Pelo menos foram utilizadas três armas de fogo na cena do crime. Uma delas, é uma pistola Taurus .40, modelo 24/7, que está na posse da polícia civil e dois revólveres calibre 38.
“A polícia civil desenvolveu um trabalho de alto nível, dado a forma como foi executado e a dificuldade que se encontrou para que testemunhas falem e apontem os envolvidos que fazem parte de facções criminosas. Por isso, para elucidar o crime, a polícia civil se voltou para a questão técnica”, diz o delegado.
Para ficar à frente da investigação, o Diretor Geral da Polícia Civil, Dr. Eliseu Miller de Siqueira, designou o Delegado da Polícia Civil de Porto Velho, Marcos Farias, dado à gravidade do caso. Assim, o delegado se deslocou com toda sua equipe para o município de Vilhena.
Na coletiva, o Delegado Marcos Farias, destacou que, as quatro pessoas envolvidas no crime adentram no quintal da residência e executaram friamente cinco jovens. Ele apontou também que, Larissa Massaroli, 23 anos, resistiu e foi a primeira a ser executada. A moça foi alvejada com dois tiros nas costas e, em seguida, um tiro na cabeça, já as outras vítimas foram executadas com tiros na cabeça, principalmente na região da nuca.
DAS VÍTIMAS DOIS ERAM ALVO
Farias informou também que, das cinco pessoas mortas, dois eram alvo dos criminosos, visto que, eram desafetos de outra facção criminosa. Mas, devido ao horário avançado decidiram executarar as outras três para não deixarem testemunhas.
Na ocasião, os criminosos pouparam a vida de duas pessoas: uma moça de 17 anos – por ser vizinha de um dos executores, e de um garoto de 14 anos, que conforme investigações havia saído naquele exato momento para ir buscar limões e, ao ser retorno não foi visualizado pelos executores.
O delegado detalhou também que, duas das cinco vítimas tinham passagem pela polícia por envolvimento com tráfico de drogas. Já as outras vítimas foram executadas porque estavam no local naquele momento.
EXECUTORES FUGIRAM
Após o crime, os quatro executores fugiram do local em motocicletas e se esconderam por quatro dias em um sítio localizado no município de Cabixi e, depois foram embora.
PRISÕES FORAM DECRETADAS
Com todo o trabalho de investigação realizado, a polícia civil solicitou ao Poder Judiciário a prisão temporária dos envolvidos. Após serem acatadas as prisões, elas aconteceram imediatamente. Houve também prorrogação dessas prisões, e agora elas serão convertidas em preventivas, considerando o grave crime cometido por eles.
EXECUTORES TEM PASSAGEM POLICIAL
O delegado Farias destacou também que, todos os envolvidos são moradores de municípios do cone sul do estado e possuem passagens pela polícia por crimes, tais como, roubo, tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo.
Com o cabixiense José Elismar, vulgo Mar, foi encontrada a pistola .40 utilizada na cena do crime. A mesma arma que projetou os disparos contra a jovem Larissa Massaroli. “Essa pistola está devidamente provada como a arma do crime, uma vez que foram localizadas 06 cápsulas no local projetas por aquela arma. Já os revólveres calibre 38 estão sendo submetidos a exames periciais no setor de balística em Porto Velho e, em breve teremos respostas se foram utilizadas no dia, já que as vítimas foram executadas com a pistola .40 e revólveres 38”, salientou o delegado.
IMPRESSÕES DIGITAIS
O delegado, na coletiva mostrou uma imagem de uma impressão digital coletada em um objeto deixado na cena do crime. A digital é do polegar direito de José Elismar Moura. “É uma prova técnica cabal que ele esteve presente no local do crime no dia, a pesar de dizer o contrário”, ressaltou Farias.
No local, foram encontrados também dois perfis genéticos de duas pessoas.
ORIGEM DA PISTOLA .40
A pistola .40, segundo Farias que pertence a um agente penitenciário da cidade de Porto Velho, foi tomada de assalto em uma farmácia no ano de 2011. A numeração estava raspada, mas graças ao trabalho da perícia técnica da capital se chegou ao dono.
Texto e foto: Redação
