Com calça social preta, camisa manga longa e gravata borboleta, quatro jovens evangélicos se vestem de garçons e, com bandejas nas mãos, saem às ruas de Porto Velho para venderem água mineral. Neste sábado (18), o local escolhido para as vendas foi o cruzamento das Avenidas Amazonas e Guaporé. O objetivo, segundo eles, é arrecadar fundos para trazer a dupla gospel ‘Canção e Louvor’ para cantar na festa de aniversário da igreja que eles frequentam.
Os jovens estão trabalhando há 15 dias. A meta deles é arrecadar R$ 10 mil até o próximo mês de maio, conforme explica Diego Garcia, sargento da Base Aérea e um dos voluntários.
O valor pode parecer alto para se alcançar em poucos meses vendendo água na rua, mas, com muita educação, elegância e obstinação, o grupo diz que em até duas horas consegue vender cerca de 72 garrafas de 500 ml de água, por dia.
A meta da semana, segundo eles, é de R$ 500, mas em três dias já está praticamente batida. “Não é sempre assim, mas nos três primeiros dias desta semana conseguimos um lucro de R$ 454,00”, afirmou Diego.
Além do militar, se desdobram nas vendas os jovens Cleiton Lucas – que perdeu o emprego recentemente, Danilo Souza – que é garçom freelance, e Everton Tourinho Sales – que também está desempregado.
A ideia de usar calça social preta e camisa manga longa, com gravata borboleta, mesmo no calor de quase 40º, foi de Diego Garcia. “Vi uma notícia sobre algumas pessoas que estavam usando dessa estratégia para ter sucesso nas vendas de rua, no Sudeste, então sugeri e o grupo aceitou”, explicou.
Embora pareça estafante enfrentar o sol forte de Porto Velho no horário da tarde, os jovens trabalham sempre sorridentes e devidamente protegidos com protetor solar. Mesmo aos sábados, se esforçam para conquistar os clientes que passam pelo cruzamento. “Se estivéssemos vestidos de qualquer jeito, não sei se teríamos o mesmo sucesso que estamos tendo”, observou Cleiton Lucas.
Meta
Sobre a meta, os rapazes contam que a igreja que frequentam, na Zona Sul da cidade, vai completar dois anos em meados de maio. A data será celebrada com um culto festivo.
“Então tivemos a ideia de contratar a banda Canção e Louvor, mas para isso precisamos de algo superior a R$ 10 mil. Por isso, nosso prazo é maio, ficamos em média duas horas por dia, geralmente à tarde, e nesse tempo vendemos seis fardos de água”, explicou Cleiton.
Com relação ao ponto de venda, os rapazes disseram que venderam em outros locais, escolhendo o ponto aleatoriamente, mas foi no cruzamento das Avenidas Guaporé e Amazonas que encontraram uma clientela maior.
“O sinal demora mais, então dá tempo de oferecer água a mais gente. Alguns ficam curiosos e acabam baixando o vidro para conversar e terminam comprando”, disse Cleiton em tom de satisfação.
Fonte: G1