Ao conceder entrevista à imprensa, o advogado Agnaldo Muniz enfatizou que agora os vereadores provarão sua inocência, tendo em vista que nem tudo o que foi dito até o momento é verdade. Ele também comentou que não sabia o paradeiro dos vereadores
Os vereadores Jairo Peixoto (PP) e Marta Moreira (PSC) se entregaram na Delegacia da Polícia Civil no começo da tarde desta terça-feira, 22 de novembro, acompanhados de seu advogado, o ex-deputado Federal Agnaldo Muniz. Tanto Jairo quanto Marta que são primos estavam com mandados de prisão em aberto expedidos pela justiça estadual, tendo em vista o suposto envolvimentos dos edis em uma esquema de corrupção e lavagem de dinheiro montado dentro da Câmara Municipal de Vilhena para aprovar a criação de loteamentos na cidade, que nos últimos tempos cresceu consideravelmente.
Desde o dia da expedição dos mandados de prisão, os parlamentares municipais “sumiram” da cidade, tornando-se assim foragidos da justiça. No dia 22 de outubro a PF fez uma investida na casa dos vereadores, mas naquela ocasião os edis não foram localizados e, assim os dias foram passando.
Mesmo foragidos, o advogado impetrou uma liminar em Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça, com o intuito de suspender o efeito da prisão preventiva que pesava contra os vereadores, mas num primeiro momento a medida foi negada pelo Desembargador-Relator do Tribunal de Justiça por falta de documento considerado essencial, assim, nesta terça-feira, os vereadores decidiram se entregar à polícia.
Após passar pelo exame de corpo de delito na Delegacia da Polícia Civil, Jairo Peixoto foi conduzido à Casa de Detenção que encontra-se anexa à DPC, lá Jairo se juntará a outros três parlamentares e ao vice-prefeito da cidade Jacier Rosa Dias, também presos pelos mesmos crimes, sendo eles: José Garcia, Carmozino Alves e Marcos Cabeludo. Por outro lado, a vereadora Marta Moreira, logo após fazer os exames foi conduzida ao presídio feminino.
ADVOGADO
Conforme o advogado dos parlamentares, até o momento a polícia só tem provas forjadas de forma unilateral e que a partir de agora os vereadores terão direito ao contraditório e ampla defesa provando assim sua inocência já que nem tudo o que apareceu até agora é verdade. “A partir de agora, os vereadores vão provar sua inocência porque tem muita coisa que não está bem explicada. Já entramos com pedido de Habeas Corpus e, ele será julgado na próxima terça-feira”, diz.
Ao ser questionado sobre o porquê os vereadores estarem foragidos, Agnaldo Muniz enfatizou que tanto Jairo quanto Marta não tiveram a oportunidade de apresentarem sua defesa já que a fase inquisitiva só cabe a polícia. Ele também comentou que o decreto de prisão foi expedido de forma arbitrária, já que os vereadores são moradores de Vilhena, assim os mesmos tem endereço fixo, ou seja, não tinha necessidade de mandar prendê-los porque eles não iriam se furtar de dar explicações.
Agnaldo também mencionou que a Polícia Federal não encontrou nada na residência dos vereadores e no gabinete de ambos na Casa de Leis quando cumpriram mandados de busca e apreensão no dia 22 de outubro. Ao finalizar, o advogado falou que irá provar a inocência dos vereadores porque acredita na mesma.
Tanto Jairo Peixoto quanto Marta Moreira foram indiciados pela Polícia Federa – PF pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e logo denunciados pelo Ministério Público Federal pelos mesmos crimes.
Na denúncia, o Ministério Público, esmiúça a propina recebida pelos vereadores e detalha que Marta Moreira (PSC), teria recebido o valor de R$ 40 mil (em cheque) e dois lotes no valor de R$ 20 mil reais cada. Já o vereador Jairo Peixoto, no esquema teria recebido um lote no valor de R$ 20 mil reais.
Os dois vereadores tiveram seus bens sequestrados e foram afastados da Câmara de Vilhena.
Texto e foto: Redação