Teve candidato que entrou para a prova com rascunho da redação pronto.
Enquanto isso, as investigações continuam. Teve candidato que entrou para fazer a prova já com o rascunho da redação pronto. O tema da redação deste ano, intolerância religiosa, foi semelhante a um tema que apareceu em rede social do MEC no ano passado. O governo diz que tudo não passou de coincidência.
A postagem do MEC é de 2015. Fazia um alerta sobre um falso vazamento da redação do ano passado. O tema, intolerância religiosa. Por isso a polêmica. É que o tema da redação do Enem desse fim de semana foi esse: os caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil.
O governo saiu dando explicações. Disse que o tema não é o mesmo e que o que aconteceu foi uma coincidência de assuntos que não teve vazamento e que, por isso, não afeta em nada o exame deste ano. O Inep fala em mais uma tentativa de tumultuar o Enem.
As explicações vieram em uma nota, que diz também que o texto de apoio desse Enem é baseado em um estudo da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. De domínio público.
O gráfico da prova falsa divulgada às vésperas do Enem de 2015 é baseado no mesmo estudo, mas, disse o governo, tem recorte diferente, e fala que a formulação do tema é feita com a participação de professores de várias áreas do conhecimento que são do banco de elaboradores e revisores do Inep.
Mas em Macapá a Polícia Federal prendeu um rapaz que confessou ter isso para a prova já sabendo o tema da redação. E a polícia diz que, no Ceará, o tema vazou mesmo antes da prova e estava com um dos presos.
“Ele levou no bolso dele a redação já feita para fazer só a transcrição na hora do exame”, disse a delegada Fernanda Coutinho, da Polícia Federal.
No fim da tarde de segunda-feira (7), o procurador Oscar Costa Filho pediu à Justiça do Ceará a anulação da prova de redação. O juiz ainda vai ouvir o Inep, que tem até 15 dias para se manifestar. O mesmo procurador já tinha pedido a suspensão do Enem, negada pela Justiça.
O Inep disse que as investigações continuam e que mais gente pode ser identificada. Está sendo feito o cruzamento das digitais registradas nos dias de prova com o banco de dados da polícia.
E já está em preparação o Enem de dezembro. Nos dias 3 e 4 vão fazer as provas 271 mil inscritos. O governo vai pagar os custos, estimados em R$ 15 milhões. Mas quer ressarcimento da UNE, da Ubes e da UJS, entidades estudantis. Ao todo, 405 escolas não tiveram prova porque foram ocupadas. Isso em 20 estados e no Distrito Federal.
“Apresentaremos à AGU os elementos que comprovam a atuação dessas entidades e essa caracterização tem que ser demonstrada juridicamente”, disse o ministro da Educação, Mendonça Filho.
A UNE, a Ubes e a UJS declararam que, ao punir financeiramente as entidades, o Ministério da Educação tenta criminalizar o movimento estudantil e enfraquecer as ocupações, que questionam legitimamente a PEC do teto e a reforma do ensino médio.
Fonte: Bom Dia Brasil