Só para aprovar um loteamento, vereadores teriam recebido propina no valor de R$ 500 mil, mas acredita-se que esse valor pode ser majorado tendo em vista a quantia de loteamentos abertos em Vilhena nos últimos tempos
Durante coletiva concedida à imprensa local na tarde desta sexta-feira, 21, o Delegado da Polícia Federal, Flori Cordeiro que está à frente da operação que prendeu os vereadores José Garcia (DEM) e Vanderlei Graebin (PSC) na cidade de Vilhena nesta semana, informou suscintamente que contra Graebin existia um mandado de prisão preventiva expedido pela vara criminal e que o inquérito que investiga o parlamentar está sob sigilo por ordem judicial, já em relação ao vereador Garcia, Flori comentou que o parlamentar foi preso em flagrante delito e que por uma ordem judicial a sua prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva, tendo em vista que o edil estava carregando consigo documentos que configuravam vantagem indevida recebida pelo ato de ser vereador.
Ao falar sobre à causa das prisões, Flori comentou que os vereadores que estão sendo indiciados teriam recebido só de um loteamento a quantia de meio milhão de reais de propina, só para que os mesmos aprovem sua realização na cidade de Vilhena, fora os terrenos que os vereadores também adquiriram em troca para aprovação de novos loteamentos, configurando um esquema de propina, entre vereadores e empresários do ramo imobiliário.
PRISÃO DOMICILIAR DE GRAEBIN
O Delegado Flori, ao comentar sobre a prisão do vereador Vanderlei Graebin, que também é advogado, mostrou-se indignado, tendo em vista que o vereador possui a prerrogativa de ser recolhido e aguardar o desfecho do inquérito em prisão domiciliar, já que o Estado de Rondônia não possui uma Sala de Estado Maior, conforme prevê o Estatuto da OAB.
“É uma indignação que eu não posso deixar de externar. Como policial eu tenho uma extrema decepção em falar que ele está em prisão domiciliar. Mas eu também tenho impressão que aos Advogados e à Ordem dos Advogados do Brasil cabe um profundo constrangimento por essa situação. Os advogados do estado de Rondônia são uma casta privilegiada de impunidade porque não podem ser preso como cidadãos comuns. A OAB tem uma longa história de luta em defesa dos direitos humanos, pelo bem comum, e eu acho que ela não pode e não deve se submeter a um constrangimento de ser uma classe diferenciada perante os olhos da população, principalmente ao que diz respeito naqueles que são contraventores e contra a lei penal. Isto cabe um constrangimento enorme da OAB. Eu estou esperando uma ação civil pública contra o estado de Rondônia para construir uma sala em estado maior para colocar advogado criminoso”, enfatizou o Delegado.
AFASTAMENTO DO CARGO DE VEREADOR
Ao comentar sobre o pedido de afastamento do cargo de vereador, Flori ressaltou que o vereador Vanderlei Graebin foi afastado do exercício da função pública até que sua situação seja revertida.
MAIS PRISÕES
Flori ao encerrar a coletiva comentou que as investigações continuam, já que o inquérito tem um prazo de 10 dias.
Texto e foto: Redação