Após a polícia realizar as prisões e apreensões, populares teriam ateado fogo no imóvel, revoltados com a intensa movimentação de infratores e livre comércio de drogas no local
O caso foi registrado por volta das 11 horas da manhã desta quinta-feira, 20 de outubro, na rua 740, casa de numeral 2.492, no bairro Cristo Rei, em Vilhena.
Tudo começou quando o diretor do presídio Cone Sul solicitou reforço policial ainda na noite de quarta-feira, 19, informando que chegou ao conhecimento da direção de que o local seria alvo de facções criminosas e que diante disso, já haviam reforçado a segurança com mais agentes penitenciários, sendo então aumentado o efetivo de policiais militares.
O Núcleo de Inteligência (NI) passou a realizar diligências ao entorno do presídio, quando depararam-se com dois homens em atitudes suspeitas a bordo de uma motocicleta Honda CG Fan 150 de cor preta e placa NBZ-7150/Candeias do Jamari-RO que estavam em um matagal nas proximidades, moto pilotada por Rafael Moura Santos, 29 anos.
Foi realizada abordagem e questionado o motivo de os mesmos estarem ali, sendo que estes não souberam explicar e ao revistar os pertences dos mesmos, os militares localizaram duas blusas de moletom enroladas contendo 11 facas, aparelhos celulares, um carregador de celular e um isqueiro; produtos estes, que seriam jogados dentro do presídio.
As radiopatrulhas da Polícia Militar e Núcleo de Inteligência então dirigiram-se a casa onde escondiam-se os infratores pertencentes a facção criminosa, sendo procedido abordagem e realizada a detenção de outras seis pessoas.
No quarto onde encontrava-se o acusado Alif Eduardo Alves de Oliveira, 19 anos, fora encontrado oito munições de calibre 38 e uma de calibre 357, todas intactas, além de um revólver Taurus com numeração raspada de calibre 38.
Ainda no imóvel foram localizadas 35 parangas entorpecentes de pasta base de cocaína, totalizando seis gramas, dois pedaços de laminas, conhecidos como xuxos, semelhante aos que seriam arremessados no presídio, bem como cinco aparelhos celulares.
Indagados sobre tais situações, o infrator André Bonruk de Souza, 19 anos, assumiu ser o proprietário das drogas e que realizam o comércio de entorpecentes na residência; inclusive, diversos objetos encontrados no local podem ser produtos de furto, deixados por usuários em troca de drogas.
Durante a abordagem, o celular dos acusados não parava de tocar e atenderem, constataram que eram membros da facção criminosa Comando Vermelho de Rondônia (CVRL), momento em que os envolvidos alegaram serem integrantes de tal facção e que agem na cidade de Vilhena.
Questionados sobre o porque portavam tais armamentos durante abordagem próximo ao presídio, estes alegaram estarem em guerra com membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e que iriam promover o caos no presídio vilhenense.
Foram presos na operação que desarticulou parte da quadrilha no município, os infratores André Bonruk de Souza, 19 anos, Rafael Moura Santos, 29 anos, Alif Eduardo Alves de Oliveira, 19 anos,Adir Rodrigues da Silva, 20 anos, Deivid Candido Gomes, 23 anos e cinco memores de idade.
Residência foi incendiada
Cerca de 10 minutos após a investida da Polícia Militar no imóvel, a central de operações recebeu um chamado que dava conta do incêndio na casa onde moravam os infratores.
No local, testemunhas disseram que vizinhos e populares teriam incendiado o imóvel, pelo fato, de sempre ocorrer o uso de entorpecentes no local e a intensa movimentações de criminosos.
Caminhões de combate a incêndio do Corpo de Bombeiros estiveram no endereço, apagando as chamas; mas, a residência acabou destruída pelo fogo.
Há suspeitas de que o incêndio possa ter sido uma retaliação da outra facção criminosa que está em guerra com o Comando Vermelho.
Das providências
Os infratores mencionados na matéria receberam voz de prisão e foram apresentados na Delegacia de Polícia Civil para que o delegado plantonista tome as medidas cabíveis pertinentes ao caso.
Já quanto ao incêndio, um inquérito policial será aberto pela Polícia Civil para apurar as causas e autoria do crime.
Carlos Mont Serrate
Folha de Vilhena