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Ministério Público Federal não sabe se vai denunciar índios de Juína


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redimencionaO Ministério Público Federal (MPF) aguarda a Polícia Federal (PF) de Mato Grosso concluir as diligências necessárias para que seja averiguada a “justa causa” (existência de imputação de crime) e a denúncia ou não dos três índios da etnia Enawenê-nawê, suspeitos de assassinar os amigos Genes Moreira dos Santos Júnior, de 24 anos, e Marciano Cardoso Mendes, 25.

O crime aconteceu em dezembro do ano passado. As diligências foram requisitadas pelo MPF no dia 23 de agosto deste ano.

Responsável pelo inquérito, o delegado da PF Hércules Ferreira Sodré informou que a solicitação feita pelo MPF foi para que fossem ouvidas as enfermeiras que deram atendimentos às vítimas, o que já ocorreu, e os três envolvidos, que estariam resistindo a prestar esclarecimento à polícia.

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Sodré lembra que um dos suspeitos, Dodowai Enawenê-Nawê, espécie de porta-voz dos indígenas, dias depois do crime foi preso em Vilhena (RO), mas obteve habeas corpus deferido pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, sob a condição de prestar esclarecimento sempre que solicitado, o que não vem acontecendo.

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“O Dodowai está obrigado pelo habeas corpus a se apresentar sempre que chamado (pela polícia). Se ele não comparecer, decreta-se novamente a prisão dele”, informou. “Já pedi à Funai (Fundação Nacional do Índio), que já falou que é difícil e que (os índios) não estão querendo comparecer”, acrescentou.

Contudo, até mesmo o pedido de prisão dos envolvidos é alvo de questionamento, sob o argumento de onerosa dispensação de recursos públicos em diligências, que poderiam se tornar infrutíferas diante da expressiva possibilidade de fuga dos envolvidos e do fato de que, mesmo em caráter precário, Dodowai foi solto pela Justiça sob o argumento de que ele não apresentava risco de fuga e por exercer liderança na aldeia Salomã.

Dodowai e os outros dois suspeitos, Ataianaene e Lolokwarise, respondem pelo crime em liberdade. Eles foram apontados pelo funcionário da Funai, Renan Epessato, que fiscalizava uma obra na região, acompanhou e presenciou o desenrolar dos fatos, de autoria do crime.

A reportagem do Diário tentou falar com os responsáveis pela sede da Funai, em Juína, mas não obteve êxito. O crime aconteceu em dezembro do ano passado, após as vítimas terem sido sequestradas pelos índios. Genes e Marciano estavam em um veículo e foram parados no pedágio feito pelos Enawenê na BR-174, entre Juína e a divisa de Rondônia (RO).

PEDÁGIO – O crime causou revolta e indignação. À época, familiares e moradores da cidade chegaram a bloquear a rodovia para cobrar que alguma medida fosse tomada em relação aos indígenas. Porém, segundo informações de moradores de Juína, os índios continuam cobrando pedágio ao longo da BR-174, entre Juína e Vilhena (RO). A cobrança feita por eles é de R$ 20 para motocicletas, R$ 50 para caminhonetes e carros pequenos e até R$ 100 para ônibus e caminhões.

Na eleição de domingo passado, houve reforço na segurança da região, diante da ameaça de que índios seriam assassinados durante o pleito. Denúncias davam conta de que haveria um movimento na cidade para vingar a morte de dois jovens, torturados e executados pelos índios.

Para garantir a tranquilidade, os eleitores indígenas foram transportados em comboios de ônibus, que contaram com acompanhamento policial durante o percurso, até os postos de votação, bem como no retorno das aldeias. A reportagem do DIÁRIO tentou falar sobre o assunto com representantes da Funai, em Juína, mas não obteve êxito.

 

Fonte: Diário de Cuiabá

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