Estudantes dão recado à Bancada Federal para que votem contra
Cerca de 800 estudantes e servidores do IFRO de todo o Estado (Ariquemes, Cacoal, Colorado D’Oeste, Ji-Paraná, Porto Velho, Vilhena, Guajará-Mirim e Jaru) realizaram no final da tarde desta quarta-feira, 05 de outubro, um Ato Público no centro de Vilhena para protestar contra os cortes de verbas no Serviço Público, sobretudo nas verbas da Educação e Saúde. O protesto, que se estendeu até à noite, também foi acompanhado por pais, ex-alunos e estudantes de outras escolas da rede pública estadual, Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e do SENAI.
Aproveitando que inúmeros estudantes participam do IV CONPEX (Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão) do IFRO, o Grêmio Estudantil do IFRO – Vilhena, que desde a semana passada já está mobilizando contra a PEC 241, organizou o movimento que teve adesão massiva dos participantes do Congresso. Com faixas, cartazes e muita disposição os manifestantes chamaram a atenção da sociedade para os impactos previstos no serviço público, principalmente no que diz respeito à Saúde e à Educação.
Para Júlia Tonial, do Curso Técnico Integrado de Edificações (IFRO-Vilhena), a “PEC 241 representa o sucateamento da Educação e da Saúde. Não entendemos como o povo pode ser penalizado diante de tantos desmandos nacionais. Porque os deputados e senadores não reduzem os salários? Porque se deu um aumento absurdo para juízes, senadores e deputados? E as Aposentadorias especiais? Enquanto isso querem que o povo pague mais uma vez a conta?”, desabafa a estudante.
Tiago José, do Curso Técnico Integrado de Informática (IFRO-Vilhena) há muito mais por trás disso tudo. Segundo ele, “além da Educação, a saúde do povo será atingida e sentida em todo o Brasil. Alertamos para o fato de que cerca de 2/3 do orçamento do Ministério da Saúde são transferências para que Estados e Municípios financiem despesas com as Unidades Básicas de Saúde, hospitais, exames laboratoriais e de imagens, medicamentos, vigilância epidemiológica e sanitária, entre outros. Ou seja, não se trata ‘apenas’ de reduzir os gastos federais em saúde, mas sim de provocar uma redução que impactará principalmente o atendimento à população nos Estados, Distrito Federal e Municípios”. O estudante complementa, ainda, “O PL 257, a reestruturação do Ensino Médio e o Escola Sem Partido, também fazem parte desse ataque à educação pública e laica. Querem acabar com o conhecimento!”, conclui.
A PEC 241, segundo os manifestantes, comprometerá toda perspectiva de expansão prevista para o IFRO. “Sem investimentos e com cortes de verbas, será impossível garantir – dentro do plano de expansão do Instituto – a oferta de mais vagas e de novos cursos. Os campi recém-instalados, como o de Guajará-Mirim, Jaru ou a Unidade Avançada de São Miguel do Guaporé serão os mais penalizados”, afirma o professor Cleyton Pereira, do SINASEFE-Vilhena.
Outra preocupação é com as atividades de Pesquisa e Extensão, que dentro da proposta da PEC 241, também serão impactadas. “Para o governo, a pesquisa e a extensão não são necessárias. Se uma das missões dos Institutos Federais é produzir tecnologia, isto se dá por meio da pesquisa. Com o corte de verbas, estas atividades e a qualificação docente para que possamos avançar na oferta de cursos de graduação e pós-graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) será um sonho distante”, afirma o professor de História, Márcio Martins, do campus Vilhena. “Querem impedir os Institutos de produzir ciência!”, afirma o professor.
Os estudantes, de todo o Estado, em assembleia, ao final da manifestação conclamaram os presentes a realizar uma campanha massiva nas redes sociais e nas escolas contra a PEC 241 e divulgarão o posicionamento de deputados e senadores da bancada rondoniense, pressionando para que votem contra o projeto de emenda constitucional. O encerramento do ato foi feito com um Sarau com a apresentação de várias compositores (estudantes e professores).
As mobilizações contra os cortes de verba da Educação e outras áreas sociais devem ganhar força na próxima semana, já que a organização estudantil pretende mobilizar escolas da rede pública e Universidade Federal.
Assessoria