CPRM registrou média de 2,98 na manhã de sexta-feira (5), em RO.
‘Estamos a 40 cm abaixo da seca histórica de 2005’, disse hidrólogo.
O Rio Madeira apresentou na última quinta-feira (4) 2,97 metros, a menor média registrada nos últimos 48 anos, segundo a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM) em Porto Velho. A preocupação dos órgãos é que a média apresentada no início de agosto, só deveria ser registrada no mês de outubro. Com a média mais baixa que o normal, a navegação local tem sido prejudicada.
Na manhã de sexta-feira (5), o rio apresentou a marca de 2,98 metros. Segundo o engenheiro hidrólogo Franco Buffon da CPRM, desde o último dia 2 de agosto, o nível apresentou marcas abaixo do ano de 1968, ano da seca histórica.
“O Rio Madeira apresentou a média mais baixa dos últimos 48 anos, esse nível mínimo deveria ser visto só em outubro ou novembro. Também estamos a 40 cm abaixo da seca de 2005. Pode ser que de um repiquete, caso chova, porém, é esperado que o Rio continue baixando”, disse.
O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), disse que há 50 dias não tem registro de chuvas com maior intensidade na região. A falta de chuvas é causada pelo fenômeno El Niño, o terceiro mais forte registrado na região e é responsável por diminuir o volume de chuvas na Amazônia.
“Essa grande baixa do Rio Madeira se deve pela força do fenômeno El Niño, que atua desde o meio do ano passado e é o mais forte deste século. Ele diminui o volume de chuva na região amazônica. O rio vai continuar diminuindo até a volta das chuvas”, disse Luiz Alves, meteorologista do Sipam.
Segundo a superintendente da Companhia de Águas e Esgotos do Estado de Rondônia (Caerd), Lilian Lima, não há previsão de falta de água para a população.
“Realizados limpezas em alguns reservatórios para que nesse período de seca não haja falta de água nas casas. Temos ainda reservatórios independentes na Zona Sul e na Zona Leste da cidade. Fizemos um cronograma para que não falte água durante o período de seca. Por enquanto não há previsão de racionamento de água para a população de Porto Velho.
O delegado fluvial da Marinha, Comandante Carlos Felix, disse que ainda existe restrições para navegações de grande porte. “Continuam as restrições para navegações noturnas, em locais com maior facilidade de encalhe. São embarcações de grande porte, como comboios de carga em geral, transporte de gás e combustível. É necessário que na frente dessas embarcações vá uma embarcação menor para medir a profundidade”, disse.
G1