Cerca de 1,2 mil pessoas serão vacinadas contra dengue na capital. Pesquisador acredita que vacina tem 85% de chances de eliminar doença
Em Porto Velho, cerca de 1,2 mil pessoas devem receber a primeira vacina brasileira contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan. As aplicações fazem parte da terceira e última fase de testes antes da vacina seguir para aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para ser reproduzida em larga escala. Na capital, os testes começaram na última sexta-feira (22) no Centro de Pesquisas em Medicina Tropical de Rondônia (Cepem) e devem durar até um ano.
O professor da Universidade Federal de Rondônia (Unir), coordenador e pesquisador do projeto no estado, Dhélio Pereira, explica que existe 85% de chances de imunidade na vacina.
“Essa vacina tem um diferencial, ela é um pó que permite que se carregue nas regiões mais quentes sem perder o valor das substâncias, como a vacina líquida que já foi testada antes. Essa é a terceira fase de testes, última etapa, antes de começar a ser oferecida pelo SUS. São 85% de chances da pessoa nunca mais pegar a doença”, disse.
Em Porto Velho, são convidados a participar do estudo moradores dos Bairros Lagoa e Lagoinha. Dentre eles, pessoas saudáveis, que já tiveram ou não dengue e que se enquadrem na idade de 02 a 59 anos.
“Escolhemos moradores próximos do Cepem, porque o acompanhamento vai levar cinco anos, por isso é mais fácil para essas pessoas voltar ao consultório”, explica o pesquisador.
Não podem participar mulheres grávidas, pessoas que sofrem de doenças crônicas, com câncer, que estejam em tratamento com quimioterápicos, altas doses de corticóide ou outras situações de baixa imunidade.
A vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria com o National Institutes of Health (EUA), é destinada a imunizar contra os quatro sorotipos da dengue (1, 2, 3 e 4).
O Instituto Butantan informou que os dados disponíveis até agora das duas primeiras fases indicam que a vacina é segura, que ela induz o organismo a produzir anticorpos de maneira equilibrada contra os quatro tipos da dengue e é potencialmente eficaz.
Cerca de 17 mil voluntários de todo Brasil devem receber a imunização em 13 pontos de teste.
Casos em Rondônia
O estado de Rondônia registrou entre janeiro e junho de 2016, mais de 3 mil casos de dengue. Segundo a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) houve aumento de 225,95% em relação ao ano de 2015.
Conforme a Agevisa, o número de mortes causadas pela doença diminuiu. Em 2015, quatro pessoas morreram em decorrência da doença. Neste ano, foram duas pessoas, no entanto, alguns municípios tiveram surto de dengue, como Castanheiras, Seringueiras, Pimenta Bueno e Espigão D’Oeste.
Fonte: G1 / RO