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Comissão de Saúde discute situação caótica do Hospital de Vilhena


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Prefeito de Vilhena pede para que Estado assuma o Hospital Regional

FT

Presidida pelo deputado Dr. Neidson (PMN), aconteceu no Plenário da Assembleia Legislativa, reunião da Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social (Cspas) nesta quarta-feira (18) com a presença de vereadores e prefeitos dos municípios do Cone Sul do Estado para debater a situação do Hospital Regional de Vilhena (HRV).

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A reunião é parte do desmembramento da visita técnica realizada pela Cspas em Vilhena e que constatou a situação caótica pela qual passa a saúde em Vilhena, tendo a prefeitura assumido o atendimento da média e alta complexidade, o que deveria ser feito pelo Estado. Como não há unidade hospitalar mantida pelo governo do Estado, coube à prefeitura os serviços mediante repasses de convênios, os quais sempre atrasam, comprometendo os atendimentos.

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Segundo o prefeito de Vilhena, José Rover (PP), o município investe na saúde, com custos diretos mais de R$ 8 milhões ao mês, entre manutenção e folha de pagamento e impostos federais.

Para se ter uma ideia da importância da manutenção desta unidade hospitalar na região, verificou-se em 2014 a realização de mais de 14 mil exames de ultrassonografia, mais de 10.800 eletrocardiogramas e 67.800 radiografias. “Somente o pronto socorro do hospital atendeu 80 mil pacientes em 2014”, afirmou José Rover.

O prefeito José Rover também realizou apresentação da prestação de contas da saúde no município no período de 2009 a 2015. Salientou que o município trouxe para si a responsabilidade de vários procedimentos, entre eles de média e alta complexidade e não obteve do Estado e União os repasses necessários, tendo ainda com a crise econômica, reduzido repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Até o ano de 2012, do total investido na saúde os percentuais eram de 65% do município, 4% do Estado e 30 % da União. Em 2013 os percentuais foram 54%, 5% e 41%, respectivamente. Em 2014, 49%, 8% e 43% e em 2015, 53%, 6% e 41%. “Coube sempre ao município a maior parte do custo da saúde no município o que onera os cofres públicos municipais, especialmente com os atrasos nos repasses dos convênios”, disse Rover.

O prefeito salientou também que, além de Vilhena são atendidos vários municípios da região e também da Bolívia. Dos partos realizados no Hospital Regional, somente 40% são do município. Os outros 60% são de outras localidades.

Rover mostrou que o município possui várias obras em andamento e em fase final de construção ou de aquisição de equipamentos, como uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), um Posto de Saúde no Setor 12, a Casa do Parto Normal, o Laboratório Municipal, o Centro de Especialidade em Reabilitação (CER) e a Oficina Ortopédica, destinada para a confecção de órteses e próteses.

O prefeito salientou que para tocar toda esta estrutura não poderá mais arcar com as despesas do Hospital Regional e pede providências, para que os deputados ajudem o município na solução destas questões. “Tirando o HRV dos custos do município, é perfeitamente viável tocar todas as outras unidades com tranquilidade”, informou.

A vereadora de Vilhena, professora Valdete de Souza enfatizou que sem a ajuda do Estado, a saúde da região ficará comprometida e poderá até fechar as portas, pois o município sozinho não conseguirá atender a demanda. “O HR de Vilhena é muito importante para todo o Cone Sul de Rondônia e não podemos deixar que feche”.

A vereadora de Pimenteiras, Valéria Garcia, ressaltou que fica muito caro ao município transportar pacientes e acompanhantes para a Capital só para fazer um exame que poderia ser feito na região, mesmo tendo o equipamento em Vilhena não é possível realizá-lo, pois falta o profissional da área.

O deputado Luizinho Goebel (PV), um dos parlamentares que provocou a reunião da Comissão de Saúde em Vilhena, juntamente com a deputada Rosângela Donadon (PMDB), após ouvir os depoimentos, disse que o governo Federal ao invés de criar incentivos para redução de impostos para veículos novos e no caso de Rondônia para os frigoríficos, deveria era criar incentivos para baratear os custos de medicamentos e tabelar os preços, pois sem carro e com redução do consumo de carne se vive, mas sem auxílio médico, não.

Lamentou que já estamos no meio do ano e o governo do Estado através da Sesau ainda não encontrou uma forma para aquisição de medicamentos para atender ao Hospital Regional. O Estado ainda não conseguiu adquirir um novo e moderno aparelho de Raios-X para atender ao município, fruto de emenda parlamentar de 2014 e até agora não foi comprado.

Luizinho disse que a prefeitura tem de assumir a sua responsabilidade que é a UPA e os postos de saúde e entregar as chaves do Hospital Regional de Vilhena para o Estado, que de fato deveria tocar a unidade de saúde.

Ao final, como encaminhamentos, Dr. Neidson disse que irá agendar reunião com o secretário de Saúde, Williames Pimentel e equipe para levar as demandas do município de Vilhena, entre elas a proposta de cursos de ATLS e ACLS para capacitar socorristas e melhorar o atendimento aos cardíacos e aos casos de primeiros socorros.

Outras demandas que serão discutidas será a regularização dos exames, que a Sesau informe os repasses feitos e o que está em atraso ao HRV, pedido para a agilidade na aquisição de medicamentos, o mutirão de cirurgias para atender pacientes de toda a região que estão marcadas e em atraso (em torno de 1.500 procedimentos cirúrgicos), bem como discutir os custos de transporte de passageiros da região para vir realizar procedimentos e exames em Porto Velho.

 

 

 

Fonte: ALE/RO

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