As unidades foram fechadas logo após anuncio de reabertura da Associação Marcos Donadon
Há quase três meses que os vilhenenses vêm enfrentando desafios em relação ao atendimento público nas unidades de saúde do município. Em especial nas integrações onde estão instalados os laboratórios que atendiam à população.
Em Vilhena, havia três unidades espalhadas em pontos estratégicos para melhor atender os vilhenenses que necessitavam realizar exames laboratoriais. Policlínica João Luiz, (no centro), Unidade Básica de Saúde Lírio Hoesel (Cristo Rei) e Unidade Básica de Saúde Leonardo Alves (setor 08).
Coincidência ou não, foram interrompidos os atendimentos em todas as unidades dias antes da reabertura da Associação Marcos Donadon. A princípio os servidores informavam nas unidades que não havia material suficiente para a realização dos exames clínicos e mesmo antes que a associação fosse reaberta já estavam encaminhando a população para o local.
Sabe-se que a Associação não recebe nenhum tipo de verba pública e que desde sua reabertura vem contando com o apoio de parceiros, patrocinadores e da própria população que contribui com R$ 2,00 (dois reais) por cada exame realizado. Segundo o Biomédico responsável pela Associação, Drº Celso Ricardo, o local vem recebendo em média 120 pessoas ao dia, realizando em torno de 400 exames diários.
Sabe-se que o município anunciou ainda em 2014 a inauguração de um Laboratório Municipal de Análises Clínicas, construído ao lado do Hospital Regional. Na época, ex-secretário municipal de saúde, Vivaldo Carneiro disse que a obra possuía espaço amplo e específico para realização dos procedimentos, a previsão é que o número de exames aumentasse uma vez que o município vinha realizando, segundo ele, em média cerca de 30 mil procedimentos de analises clínicos mensal, até hoje a unidade não foi entregue.
Em contato com o atual secretário municipal de saúde, Adilson Bernadino, o mesmo informou que o município continua atendendo a população, porém, somente no laboratório anexo ao Hospital Regional, declarando também que a prioridade estará sempre nos pacientes internados e nos exames de urgência. Segundo Adilson, não há previsão de quando as unidades municipais retornarão a atender a população e que a Associação é bem vinda, colaborando com as atividades.
Para o pedreiro Claudio Moura, morador do Bairro Cristo Rei, a atitude do município é apenas uma prova do descaso que o poder público tem com a população. “Jogaram toda a responsabilidade para cima da Associação, mas não dão um centavo para ajudar a manter a instituição. Sem contar que já gastaram uma boa grana construindo o laboratório para atender a nossa região e as gestantes e idosas (os) precisam sair do bairro e ir até a associação se quiser pagar um valor menor nos diversos exames que precisam fazer”, desabafou.
Sabe-se que todo mês o município recebe uma verba do Governo Federal que deveria ser destinada à Associação. Esse recurso foi conquistado pelo ex-deputado estadual Marcos Donadon quando ainda exercia seu mandato. Hoje a prefeitura recebe a verba, mas não destina ao verdadeiro propósito.
Texto e foto: Redação
