Moradores que não participaram da manifestação chegaram a discutir para que a passagem fosse liberada
O objetivo da manifestação era chamar a atenção das autoridades para que algo fosse feito em questão da iluminação do local e dos ônibus escolares, “Passa aqui em frente de casa três ônibus totalmente vazios, ontem eu perguntei para um dos motoristas porque eles não paravam para pegar os outros alunos e o mesmo me respondeu que é somente para cadeirante, eu entendo, mas se tem lugar, por que nossos filhos não podem usar? Não é direito nosso? ”, disse revoltada uma manifestante.
No local houve várias discussões entre os próprios moradores, que estavam proibindo a passagem de qualquer veículo, fazendo com que as pessoas só adentrassem ao conjunto a pé. “Um cúmulo isso aqui, não estão deixando nem as crianças passarem, já passou do limite tudo isso, as crianças não têm nada a ver com a situação”, comentou uma mãe.
“Não queremos sair daqui até ter uma resposta, criaram o residencial sem nenhum planejamento da parte humana, eles dizem que aqui é só para pessoas de baixa renda, mas quem tem baixa renda no máximo tem uma bicicleta, daí metade do residencial tem carrão, por isso não estão nem aí”, comentou uma das líderes da manifestação.
“Infelizmente foi a única forma que a gente conseguiu achar para chamar a atenção de todos e das autoridades, o próximo passo será ir até a prefeitura e não sair de lá até ter uma resposta definitiva”, disse novamente a líder.
Além da situação dos ônibus os manifestantes estiveram reclamando sobre a falta de iluminação do local, “a iluminação é horrível, ninguém tem coragem de passar por aqui a noite, os malandros ficam tudo nessa parte aproveitando da situação”, comentaram.
A Polícia Militar esteve presente no local todo o tempo e conseguiram evitar que problemas maiores acontecessem, “a manifestação é livre para todo mundo, porém a manifestação de trancar e interromper as pessoas de ir e vir é crime”, disse o Tenente da Policia Militar Rudnei que conseguiu estabelecer um acordo entre os manifestantes para que as pessoas pudessem passar.
“Vamos abrir a passagem, nosso primeiro objetivo era mostrar os ônibus vazios, queremos respostas, queremos que alguém da prefeitura venha até aqui ver nossa situação”, finalizou a manifestante.
Os moradores realizaram um abaixo assinado (veja logo abaixo), onde foram no total 150 assinaturas dos moradores:
Nós, moradores, estudantes, trabalhadores, comerciantes, e demais membros do bairro Residencial União, vimos através desta, solicitar a possibilidade da criação de uma linha de ônibus escolar, já existente como também a criação de um ponto de parada de ônibus na Rua Capa ou na Rua Perimetral para que possa suprir as necessidades de locomoção de todos os estudantes.
Esclarecemos que a mobilização inicial é dos pais dos alunos que utilizam os serviços educacionais oferecidos pela Semed, e que para tal necessitam deslocar-se a pé até as Escolas baixo de sol muito quente e até mesmo de baixo de chuva, durante os três períodos de aula com inúmeras ocorrências policiais durante o trajeto feito em avenida pouco iluminada e que oferece riscos e integridade física, em muitos casos levando-os a desistência das atividades escolares.
No meio das discussões um morador revoltado acelerou seu veículo e partiu para cima de uma criança, o rapaz foi levado para Delegacia da Polícia Civil para que as providências corretas fossem tomadas.
Os moradores ainda declararam que amanhã terá uma manifestação novamente a partir das 6h da manhã.
Texto e fotos: Nataly Labajos