A pouco mais de um mês para o início do verão, a população da Região Sudeste e de parte do Centro-Oeste já pode se preparar para o aumento da ocorrência de tempestades. A conclusão é de uma pesquisa feita pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O trabalho é inédito e analisa o impacto do El Niño sobre a incidência de temporais no Sudeste. Segundo o Inpe, os efeitos do fenômeno nas regiões Norte, Nordeste e Sul do Brasil já são conhecidos, mas nas outras duas regiões são difíceis de ser previstos.
Segundo o grupo que realizou a pesquisa, os dados da Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas de agosto, setembro e outubro deste ano, mostram que, já sob o efeito do El Niño, foram registradas 480 mil descargas elétricas atingindo o solo, no Sudeste, contra 310 mil no mesmo período de 2014. Um aumento de 52%.
O coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Inpe, Osmar Pinto Júnior, alerta que o número de mortes, por raios, no verão, pode aumentar, e por isso a população deve ficar atenta.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o El Niño deste verão será o terceiro mais intenso, desde 1950 e por isso as tempestades também devem atingir o sudeste e parte do centro-oeste. Os outros fenômenos mais fortes ocorreram em 1983 e 1998.
Com isso, o El Niño que vai agir no próximo verão, que começa dia 21 de dezembro e vai até 20 de março, já é considerado muito forte e pode aumentar em 20% a ocorrência de fortes chuvas no Sudeste, em relação ao verão passado. No Mato Grosso do Sul vai elevar 10%. Mas no Nordeste, os temporais vão diminuir em 15%, segundo a previsão, e 10% no Norte.
Rádio Agência Nacional
