Acidente de trânsito
Os médicos deram 2% de chance na vida da jovem no ato da internação, mas a força de vontade de viver da jovem fizeram com que sua recuperação fosse mais rápida
“Foi um milagre” foi com essa frase que a jovem Gleiciele Liberato dos Santos, de 23 anos e mãe de três filhos descreveu o que aconteceu com ela após o grave acidente de trânsito que quase termina em tragédia, em Vilhena.
Na madrugada do dia 18 de outubro de 2015, na rodovia que dá acesso ao aeroporto do município, Gleiciele e o jovem Thiago Hender sofreram um acidente de trânsito considerado por muitos como gravíssimo devido a magnitude que aconteceu. De acordo com informações, os jovens estariam na rodovia naquela madrugada com alguns amigos se divertindo e realizando algumas manobras radicais de moto, Gleiciele estava na garupa da motocicleta e tanto ela quanto o piloto estavam sem capacete, arriscando assim as próprias vidas.
Embora para eles parecesse uma brincadeira, muitos aí presentes não concordavam com ditas atitudes já que a brincadeira estava se tornando cada vez mais perigosa podendo até inclusive acontecer algum acidente, infelizmente foi o que aconteceu já que um pequeno descuido por parte do piloto fez com que a motocicleta colidisse com um veículo que tinha acabado de estacionar na rodovia.
Com o impacto, a jovem grávida de três meses voou por 20 metros, caindo de joelho e os braços tortos, logo bateu a cabeça sofrendo afundamento de crânio e traumatismo craniano, já o piloto teve fratura exposta na perna. Gleiciele muito machucada ainda gritava e pedia por socorro. Amigos aí presentes correram para tentar socorrê-los acionando imediatamente o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar que uma vez presentes no local socorreram às vítimas encaminhando-as rapidamente ao Hospital Regional de Vilhena.
Ao chegar ao hospital e após avaliação médica, Gleiciele iria ser encaminhada ao município de Cacoal, entretanto, devido a problemas de locomoção a jovem não conseguiu ser transferida, assim tiveram que interná-la na Unidade de Terapia Intensiva – UTI do HRV, desacordada Gleiciele ficou em coma por dois dias, vindo acordar no terceiro dia logo após sua internação, tornando-se uma surpresa muito grande para a equipe médica que cuidava dela já que as chances de vida da jovem mãe era de 2% conforme as primeiras avaliações médicas no ato da entrada à Unidade.
No total Gleiciele ficou i internada nove dias na UTI, sendo transferida para o quarto na última segunda-feira, 26 de outubro, devido às grandes melhoras no seu estado de saúde. Nossa equipe de reportagem conversou com a jovem na quarta-feira, 28, e constatou os avanços na sua recuperação.
Com voz suave e ainda sob efeitos de medicamentos, Gleiciele comentou que não lembra o que aconteceu no dia do acidente já que bateu a cabeça no ato e suas lembranças ainda estão um tanto confusas “eu só sei o que aconteceu pelos meus amigos que vem aqui me visitar e me contam como foi, até o momento não consigo lembrar com exatidão o que realmente aconteceu… quando eu acordei já estava na UTI e a equipe médica me falou poucas coisas”, diz.
“Hoje aqui no quarto eu me sinto bem melhor e sei que que pronto estarei em casa e minha recuperação fluirá ainda mais. Foi um milagre o que aconteceu comigo, eu sei que Deus desde o começo esteve comigo e foi ele que me estendeu a mão para hoje estar aqui com minha família. Foi inclusive ele que cuidou para que meu bebê que está aqui dentro de mim esteja sã e salvo já que em uma caída dessas eu poderia tê-lo perdido, mas Deus cuidou de nós dois e sempre serei grata a Ele por isso. Eu também agradeço as orações do meu pai, que é pastor e que mora em Barretos” ressalta.
Com várias escoriações pelo corpo e um dos braços quebrados, Gleiciele que estava acompanhada de familiares durante conversa com a equipe da Folha de Vilhena comentou que ainda que não sabe quando receberá alta, mas garante que ela está fazendo de tudo para que sua volta para casa seja em breve.
Quanto ao jovem que estava com ela no dia do acidente e que teve fratura exposta na perna, Gleiciele revelou que ele ainda está no hospital e que o mesmo será encaminhado para Cacoal nos próximos dias para ser submetido a uma cirurgia.
Familiares que estavam acompanhando Gleiciele ressaltaram que a experiência vivida por ela, deve ser exemplo para que muitos jovens não façam o mesmo. “Hoje ela aprendeu que com a vida uma pessoa não pode brincar”, finaliza.
Texto e foto: Sara Labajos
