A professora Doutora Marilsa Miranda de Souza participará de um conjunto de atividades acadêmicas na Universidade de La Laguna – Ilhas Canárias – Espanha, no período de 18 a 25 de outubro de 2015.
Um dos projetos selecionados no processo seletivo de candidatos à bolsa Santander Universidades 2013 – Programa Ibero-Americano para Jovens Professores e Pesquisadores, o projeto “O CORPORATIVISMO SINDICAL COMO ELEMENTO DE SUSTENTAÇÃO DAS RELAÇÕES SEMICOLONIAIS E SEMIFEUDAIS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA” de autoria da Professora Doutora Marilsa Miranda de Souza (Departamento de Educação – Campus de Rolim de Moura), será apresentado na Universidade de La Laguna (Ilhas Canárias, Espanha), no período de 18 a 25 de outubro de 2015, concluindo o intercâmbio proposto.
A pesquisa desenvolvida nesse intercâmbio contou com a participação da estudante Tatiane Furtado Ricarte por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e do professor do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Rondônia- Campus de Vilhena, Márcio Marinho Martins. O objetivo foi analisar as relações estabelecidas entre dois sindicatos rondonienses, o sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Rondônia – SINTERO e o Sindicato dos Servidores Públicos da Zona da Mata – SINSEZMAT com seus filiados e com o Estado, o processo de organização sindical no Brasil e sua submissão às políticas educacionais formuladas pelo imperialismo para suas semicolônias identificando os aspectos do corporativismo e suas consequências no processo de organização dos trabalhadores em Educação e no desenvolvimento da luta de classes na atualidade. A pesquisa demonstrou a precarização do trabalho e a desvalorização dos trabalhadores em Educação em Rondônia, o descrédito dos entrevistados em relação aos sindicatos e a necessidade construir sindicatos classistas que contribuam para a transformação da sociedade.
Entre um conjunto de atividades de socialização da Pesquisa, a professora Marilsa Miranda de Souza ministrará a Conferência “Corporativismo sindical como elemento de sustentación de las relaciones semicoloniales y semifeudales en la educación brasileña”, participará mediante “asistencia y participación en el Encuentro Mujeres Rurales”, proferirá palestra “ Movimientos sociales y lucha por la tierra en la Amazonía brasileña”, participará de reuniões com o Grupo GISAS e de Movimentos Sociais da Espanha, entre outras atividades acadêmicas. O intercâmbio com a Universidade de La Laguna possibilitou à pesquisadora da UNIR, tornar-se membro permanente do Grupo GISAS e colaboradora do doutorado Territorio y Sociedad. Evolución Histórica en un Espacio Tricontinental (África, América y Europa) oferecido pela Universidad de La Laguna. http://www.ull.es/view/doctorandos/doctricontinetal/Entidades%20participantes/es. As atividades relacionadas aos movimentos sociais muito contribuirá com o trabalho que a professora desenvolve na Disciplina Educação e Movimentos Sociais no Programa de Mestrado em Educação da UNIR.
A Pesquisadora já realizou parceria e estudos com o Grupo de Investigación sobre el Subdesarrollo y el Atraso Social de la Universidad de La Laguna (GISAS), buscando compreender os processos de semifeudalidade e semicolonialismo na educação brasileira: “Nos anos de 2008 a 2010 realizamos estudo sobre as políticas educacionais para a educação do campesinato na Amazônia que resultou no livro Imperialismo e educação do campo, publicado pela editora da UNESP. Em 2012 e 2013 demos continuidade a esse estudo por meio da pesquisa intitulada ‘Capitalismo burocrático, Políticas educacionais as relações de poder na educação escolar em Rondônia’ retomando a discussão sobre o caráter semifeudal e semicolonial do Estado capitalista burocrático brasileiro. Nossos estudos até agora revelaram que as políticas educacionais têm reforçado as relações de semisservidão dos professores no contexto escolar, enfraquecido a gestão democrática e a construção de uma educação histórico-crítica e as lutas em defesa da escola pública”. Uma das características da semifeudalidade é o gamonalismo, que no Brasil é chamado de coronelismo. Segundo a pesquisadora, “[…] é nas relações coronelícias que se encontram as forças capazes de fazer uma determinação do Banco Mundial ser cumprida por milhares de secretarias de educação do País, obrigando os professores a aderirem aos programas e projetos formulados pelas agências internacionais”. Foi o estudo sobre coronelismo que revelou a importância de compreender as relações sindicais, objeto da pesquisa ora realizada no processo de intercâmbio com pesquisadores da Espanha.
A UNIR também receberá em 2016 pesquisadores da Universidade de La Laguna (ULL) e de outras Instituições, já que sediará no próximo ano o VI Seminário Internacional sobre Capitalismo Burocrático na Explicação do Subdesenvolvimento e do Atraso Social. As edições anteriores desse seminário foram realizadas na Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Estadual de Pernambuco (UPE), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal de Alagoas (UFAL). A programação completa das atividades em que participará a professora poderá ser acessada no site do Grupo GISAS, na Universidade de La Laguna no endereço: http://gisas.webs.ull.es/noticias.html.
Assessoria