Com mais de 32 anos de fundação, a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Zilda da Frota Uchôa já realizou dezenas de projetos com a participação de seus alunos, voltados para diversas áreas, entre eles, o de revitalização do Rio Pires de Sá.
De acordo com a coordenadora dos projetos voltados ao meio ambiente Ana Neri Custódio Marques Paula Assis, há 15 anos projetos em benefício deste meio são realizados na escola, e durante a maior parte deste tempo os esforços foram dedicados à recuperação do Rio Pires de Sá.
Os alunos, juntamente com professores realizaram um grande trabalho visando à conscientização da população sobre a importância desse Rio para o município, dessa forma, realizaram passeatas, seminários, congressos, e durante oito anos de dedicação já foram plantados por eles mais de sete mil mudas de árvores nas redondezas do rio.
Sabemos que a recuperação de qualquer riacho que seja leva tempo, dedicação e respeito pela natureza, para que a mesma possa se recuperar, e após todo o trabalho realizado, neste ano de 2015 tiveram uma grande surpresa, pois, de acordo com Ana Neri, “a água do rio voltou, após 20 anos seco”.
Devido a grande conquista do projeto após a reconciliação das matas ciliares, os alunos juntamente com o corpo docente da escola, resolveram escrever um livro sobre o trabalho desempenhado e sobre o Rio Pires de Sá.
Engajados na ideia se inscreveram no Ministério da Cultura através do programa “Mais Cultura” de Brasília, no projeto chamado “Nas Águas da Memória”, como forma de dar continuidade no trabalho já realizado no Rio e de contar a história em detalhes para a população.
O objetivo é reunir toda a história de Vilhena, juntando materiais históricos riquíssimos de pioneiros da cidade, indígenas, além de pesquisa nos livros de Marechal Rondon, para poder assim, através desse levantamento, mostrar a importância que o Rio Pires e o Barão do Melgaço tiveram na formação do município de Vilhena.
O trabalho da busca histórica está sendo realizado juntamente com uma ONG da cidade, na qual, buscam depoimentos de indígenas e moradores que já estavam em Vilhena nas décadas de 60 e 70.
Apesar de ainda faltar muito para a recuperação total do Rio, Ana conta que já houve uma grande evolução durante todos esses anos, “acreditamos que nosso trabalho está causando impacto na população”, relata.
Ana Neri diz sentir-se feliz com o trabalho realizado durante este período, já que atualmente, há muitos alunos antigos da escola espalhados pelo Brasil fazendo cursos na área do meio ambiente.
Para mobilizar um número ainda maior de pessoas, os alunos da escola Zilda tem realizado Pit Stop pela cidade, lembrando a população da importância da revitalização total do Rio que eles acreditam que poderá se tornar o cartão de visitas da cidade.
Além disso, ainda neste mês será realizada uma exposição de fotografias dos lugares belos que ainda existem no Rio Pires de Sá, as fotos foram tiradas pelos alunos e serão expostas para a população.
De acordo com a aluna do 3º ano do ensino médio, Elaine Aguiar, “as fotos ficaram maravilhosas”. Ela que participa dos projetos desde o 9º ano, conta ser gratificante ver as fotos prontas para exposição.
Texto e foto: Sabrina Mathias