A Coordenação Estadual de Controle de Hanseníase da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) realizou em Porto Velho a oficina de cirurgia em prevenção e reabilitação física em hanseníase para clínicos, fisioterapeutas e cirurgiões ortopédicos, que atuem diretamente nas ações de controle da hanseníase.
A capacitação aconteceu durante esta semana, na Comunidade Santa Marcelina, com a participação das equipes do Hospital Dr. Marcelo Cândia, referência de alta complexidade em hanseníase em Rondônia, tendo o apoio técnico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto Lauro de Souza Lima de São Paulo (ILSL/SP) e Assessoria Técnica do Ministério da Saúde (MS).
Profissionais de saúde dos estados de São Paulo, Tocantins, Rio de Janeiro, Bahia e Distrito Federal também participaram da capacitação e, em Rondônia, as vagas foram distribuídas para os municípios de Guajará-Mirim, Ariquemes, Porto Velho, Vilhena, Monte Negro, Buritis, Machadinho, Jaru, São Francisco, Rolim de Moura, Cacoal e Ji-Paraná.
A proposta da oficina foi capacitar as equipes dos municípios para um acompanhamento adequado de reações hansênicas e encaminhar, quando necessário, às cirurgias em tempo oportuno com o objetivo de prevenir incapacidade e deformidades físicas, reduzir estigma e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
A coordenadora do programa, Marlene dos Santos, considera importante a realização anual desta oficina, uma vez que Rondônia ainda é considerada uma região endêmica para hanseníase, registrando 40 doentes a cada 100 mil habitantes. Em 2014 foram notificados 706 casos novos de hanseníase em Rondônia.
SOBRE A DOENÇA
A hanseníase é uma doença infecciosa, que pode demorar muito tempo para ser descoberta, além de ter um elevado potencial incapacitante, ou seja, podem causar deformidades físicas.
Manifesta-se de diversas formas clínicas, como nódulos, manchas dormentes na pele, esbranquiçadas ou avermelhadas, diminuição de força nas mãos e nos pés, formigamento e/ou dor nas mãos e antebraços, pernas e pés, nariz entupido, feridas e sangramento nasal, ressecamento dos olhos e queda dos pelos.
Com o diagnóstico precoce, o tratamento deve ser realizado com Poliquimioterapia (PQT), que uma vez iniciado não há mais a transmissão da doença pelo paciente, frisa Marlene.
Os episódios reacionais podem ocorrer durante ou após o tratamento com PQT nos pacientes acometidos pela hanseníase.
Foto: Lidiane Pereira
Decom – Governo de Rondônia