Regras deveriam ter sido lançadas em abril, mas novo prazo é agosto.
Será lançada nova faixa para famílias que recebem R$ 1,3 mil.
O governo adiou o lançamento das novas regras do programa Minha Casa, Minha Vida, que já era para ter saído há três meses. Agora, ficou para agosto.
Será lançada uma nova faixa para as famílias mais pobres. Hoje, essa faixa é para famílias com renda de até R$ 1,6 mil. A ideia é baixar o limite, beneficiar as famílias que realmente recebem pouco: em torno de R$ 1,3 mil. O problema no programa é a falta de dinheiro. Essa é a explicação para os atrasos no lançamento da nova etapa.
Sala, dois quartos, cozinha. Solange conta que ainda falta arrumar algumas coisinhas na casa nova, mas ela não está preocupada com isso. A casa dela em nada lembra o barraco onde teve que morar por anos com os filhos. “Quando o tempo de chuva, tinha um lugarzinho, eu botava meus filhos encostava perto deles. Aí molhava a casa tudinho, acho que chovia mais dentro do que fora”, afirma a doméstica Solange Santos
A Solange mora em um condomínio do programa Minha Casa, Minha Vida, em Brasília. Se mudou no ano passado quando os primeiros prédios ficaram prontos. Este ano, por causa dos cortes no orçamento do governo federal, o Minha Casa, Minha Vida lançou apenas 200 mil casas e apartamentos em todo o país. E só 7 mil foram para quem está nessa faixa mais baixa de renda.
E para quem ainda está na lista de espera para conseguir uma casa ou apartamento a notícia não é muito animadora não. A terceira etapa do programa já foi adiada de abril para o final de agosto. Mas os novos contratos do Minha Casa, Minha Vida só devem sair do papel no ano que vem.
Desde o final do ano passado o governo vinha atrasando o repasse de dinheiro para as construtoras. Agora fez um acordo com as empresas para regularizar o pagamento, mas com prazos mais longos. O presidente da Câmara Brasileira da Construção diz que também ficou decidido que o ritmo das obras vai ficar mais lento “Eu acredito que isso é coisa para o segundo trimestre de 2016 novas contratações do faixa 1”, afirma José Carlos Martins, presidente da CBIC.
O governo vai mudar o programa este ano. A primeira faixa de renda, que é para quem ganha até R$ 1,6 mil e que tem 90% do valor do imóvel bancado pelo governo, deve ser reduzida. A ideia é dar essa ajuda maior para quem ganha menos, algo em torno de até R$ 1,3 mil.
O ministério das Cidades, responsável pelo Minha Casa, Minha Vida, diz que o governo não sabe quantas unidades vai lançar este ano, mas que o ritmo mais lento do programa deve ser compensado nos próximos três anos. “O programa trabalha com metas plurianuais, nós temos para o período de 2015 a 2018 uma meta de 3 milhões que permanece como objetivo”, afirma a secretaria Nacional de habitação, Inês Magalhães.
O governo chegou a autorizar a construção de 350 mil novas casas até o primeiro semestre deste ano. Mas já reconheceu que não vai cumprir essa meta por falta de dinheiro. O governo diz que, apesar do adiamento da nova fase do programa, quase 1 milhão de casas da fase dois do Minha Casa, Minha Vida ainda estão em construção e devem ser entregues este ano e ano que vem.
Fonte:Bom Dia Brasil