O acesso dos alunos na escola somente é permitido pelo portão dos fundos, o que vem causando transtorno aos pais que moram ao lado de baixo da Avenida Paraná
A redação do Jornal Folha de Vilhena recebeu na última semana algumas reclamações de pais, que se sentem prejudicados com uma decisão da Escola Municipal Ivete Brustolin, na qual, determinou que a entrada e saída dos alunos somente podem acontecer pelo portão dos fundos da escola.
Segundo uma mãe, que não quis se identificar, a medida tomada pela rede educacional acaba prejudicando alguns pais, pois precisam dar a volta na quadra para pegar seus filhos. “Tudo bem que é mais seguro, mas a medida tomada pela escola favorece somente os pais que moram do outro lado do bairro, nós que moramos na parte de baixo da Avenida Paraná precisamos dar uma volta muito longa, fora que nos atrasa muito com o horário”, desabafou a mãe.
Entenda melhor o caso: a escola determinou que nenhum aluno deveria entrar ou sair pelo portão da frente da rede educacional. O colégio que é localizado na Avenida Paraná, atende alunos de toda aquela região, tanto, aos moradores que vivem na parte de cima da Avenida, quanto aos que residem na parte de baixo.
Para o avô, que também entrou em contato com a nossa equipe, a medida determinada pela escola o prejudicou bastante, pois o senhor que já é de idade e reside do outro lado da Avenida necessita realizar um longo retorno. “Não é uma quadra, é praticamente duas ou três em apenas uma. A quadra é muito longa, somente eu posso vir buscar meu neto neste horário, e ficou muito longe, é muito difícil”, disse.
Em entrevista com a diretora da escola, Fernanda Maura, a mesma relata que a rede possui cerca de 1.200 alunos, incluindo as crianças do Projeto Mais Educação. E que a decisão sobre entrada e saída dos alunos é uma determinação antiga na rede de ensino, uma vez que, o acordo foi definido através do Conselho Escolar em reunião, priorizando a segurança dos alunos.
Fernanda explica que essa medida é usada desde 2011, determinada por outra gestão. “A utilização do portão dos fundos é uma determinação antiga, porém, no início deste ano, nos passamos a utilizar o portão da frente, mas por apenas três meses, até a obra ficar pronta”, esclareceu.
A obra relatada por Fernanda é uma passarela que foi construída aos fundos da escola, para atender os alunos em época de chuva. “A passarela foi construída a pedido dos pais, pois em dias de chuva o local era de difícil acesso, além do barro, os alunos se molhavam bastante”.
Devido às obras, foi necessário bloquear o acesso pelo portão dos fundos da escola, na qual então, os pais passaram a recolher seus filhos pelo portão da frente. Fernanda também esclarece que o local é carente de profissionais para atender todos os alunos. “Temos apenas duas supervisoras, enquanto uma cuida do portão a outra auxilia os alunos menores que utilizam o transporte escolar da área rural”, conta.
Após o término da obra, todos os alunos passaram a utilizar o portão dos fundos. “Lembrando que a Avenida Paraná é de grande fluxo, principalmente nos horários de entrada e saída dos alunos. Carros, motos, veículos grandes, todos trafegam pela Avenida e já tivemos vários casos de acidente envolvendo alunos”, revela.
Fernanda também esclarece que a maioria dos pais concordam com a medida, reafirmando que a prioridade da escola é a segurança das crianças, “atendemos alunos com idades de 5 a 14 anos, todos os menores de 9 anos vem acompanhados por algum adulto que reconhece que a nossa preocupação é cuidar deles, evitando acidentes e outros impasses”.
A diretora esclarece que infelizmente não pode abrir exceção a alguns pais, “fizemos reunião e todos assinaram a ATA. Nenhum pai se manifestou contra a decisão, pois todos sabem que, se liberarmos o acesso ao portão da frente, as crianças que vão embora sozinhas, correm riscos. Vamos manter esta decisão”, finalizou Fernanda.
Vale lembrar que a Escola Ivete Brustolin, não é a única escola que recebe os alunos pelo portão dos fundos, a Escola Cristo Rei, Antônio Donadon e demais da rede municipal que estão instaladas em ruas movimentadas possuem o mesmo sistema, visando à segurança dos alunos.
Texto: Jesica Labajos
Fotos: Sabrina Mathias