Foto: Stefan Rosenbauer
Autorizado pelo Instituto www.stefanrosenbauer.com .
Nascido no dia 5 de maio 1865, na localidade de Mimoso, no Estado de Mato, o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, completará em 2015, 150 anos de seu nascimento. O “Grande Chefe”, como era tratado pelos índios, faleceu aos 93 anos em 19 de janeiro de 1958, no seu apartamento na cidade do Rio de Janeiro. Filho do Sr. Cândido Mariano e de Dona Claudina Lucas Evangelista. Sua mãe era descendente de índios Bororos.
Ingressou na Escola Militar do Rio de Janeiro em 1881 e depois foi transferido para a Escola Superior de Guerra. Em 1890 foi graduado como capitão-engenheiro. Ingressou na Comissão de Linhas Telegráficas, partindo do Rio de Janeiro até Cuiabá, posteriormente de Cuiabá ao Acre.
Era um homem do sertão e das selvas, um desbravador. Não foi a toa que também ficou conhecido como “Homem dos Sertões”. O Marechal Rondon tinha na sola dos pés o caminho mais longo já percorrido, segundo o presidente norte-americano Theodore Roosevelt, que junto com ele dividiu o comando da Expedição Roosevelt-Rondon em 1913 e 1914.
Ex-presidente norte-americano Theodore Roosevel e Marechal Cãndido Mariano da Silva Rondon em 1914. (Fonte: Google)
Antes porem, a primeira missão desse grande herói brasileiro, foi a formação da Comissão Rondon em 1907. Essa comissão iniciou sua penetração na nossa região em 1909, quando instalou a estação telegráfica de Vilhena na divisa com o Mato Grosso. Em seguida fundou a estação Santos Dumont, Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Presidente Pena, Jaru, Ariquemes, Jamari, Santo Antonio, Jacy- Paraná, Abunã e Guajará Mirim. Algumas com código Morse e outras mais modernas já utilizavam telefonia, como a estação Madeira Mamoré que se valeu desse serviço na parte final da sua construção em diante.
Essa mesma linha telegráfica implantada por Rondon serviu de orientação para construção da BR 029 (hoje BR 364) muito anos depois. Vejam a importância de uma linha telegráfica que tinha como principal objetivo, tirar a região do isolamento.
Verdadeiro defensor dos índios, não gostava de ser chamado de Rondon, preferia Mariano. Seu lema era “morrer se preciso for, matar nunca”. A quem diga que era muito duro, rígido e severo com seus subordinados, muitas vezes punindo-os com açoites. Era muito criterioso, tanto que numa ocasião em que foi homenageado em Manaus, recebeu um colar de pérolas para dar a sua esposa, Dona Chiquita. Rondon recusou o presente dizendo que a esposa de um simples oficial militar não poderia usar uma joia tão valiosa como aquela.
Criou o Serviço Nacional de Proteção ao Índio e por isso, em 1913 foi elogiado pelo Congresso das Raças em Londres. Esse congresso ressaltou que a obra do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon deveria ser imitada para honra da Civilização Mundial.
Marechal Rondon em visita a uma tribo indígena. Na imagem se observa a alegria dos fotografados. (Fonte: Google)
No ano de 1939 recebeu o título de Civilizador do Sertão pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), pelo seu trabalho realizado junto aos índios. Foi considerado “grande chefe” pelos índios silvícolas e “Marechal da Paz” pelos civilizados. No ano de 1956 Rondon recebeu uma grande homenagem, foi dado ao Território do Guaporé o seu nome, que hoje é denominado Estado de Rondônia.
Em 1955, já reformado e com 90 anos de idade, recebeu a patente de marechal, instituída pelo congresso brasileiro através de um projeto apresentado pelo deputado federal do Território do Guaporé, Joaquim Vicente Rondon. O Presidente Juscelino Kubitschek fez questão de participar das solenidades na Câmara dos Deputados.
Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, o nosso patrono…
Autor: Osias Labajos/ANÍSIO GORAYEB/Economista/Jornalista/Historiador
Fotógrafo: Stefan Rosenbauer.