A construção da ponte binacional sobre o rio Mamoré, que ligará Brasil e Bolívia, deu um passo importante com o anúncio da empresa vencedora da licitação pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Publicado no Diário Oficial da União em novembro de 2023, o edital contempla a elaboração dos projetos básico e executivo, além da construção da ponte, acessos e complexo de fronteira. Com 1,22 km de extensão, a obra é parte de um acordo centenário entre os dois países e está inserida no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) do Governo Federal.
Conforme destacado pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, a empresa Consórcio Mamoré terá até seis meses para iniciar as obras após a elaboração dos projetos, com um prazo de execução estimado entre 2,5 e 3 anos. “É uma obra que vai integrar o desenvolvimento do Norte do Brasil, do Centro-Oeste também, ao desenvolvimento da Bolívia e criar um corredor capaz de chegar ao Chile e ao Peru, muito importante para a integração regional”, afirmou o ministro.
Do lado boliviano, o ministro de Obras Públicas, Edgar Montaño, enfatizou os benefícios comerciais da ponte. “Essa ponte é importante porque nós temos para oferecer ao Brasil lítio, sal para o gado, e produtos exóticos que a Bolívia produz”, declarou. O lítio, em particular, é um recurso estratégico para a indústria de baterias e tecnologia, enquanto o sal e outros produtos agrícolas podem atender à demanda do agronegócio brasileiro.
Impacto econômico e logístico para Rondônia e o Brasil
A ponte binacional terá um impacto significativo para o estado de Rondônia, que se tornará um ponto crucial no corredor logístico rumo ao Oceano Pacífico. Essa conexão facilitará o transporte de mercadorias, reduzindo custos e tempo de viagem, além de impulsionar o comércio bilateral. Para o Brasil, o acesso ao Pacífico representa uma alternativa às rotas tradicionais pelo Atlântico, ampliando as possibilidades de exportação e importação.
Detalhes técnicos e próximos passos
A estrutura de 1,22 km passará sobre o rio Mamoré, um dos principais cursos d’água da região amazônica, conectando Guajará-Mirim (RO) a Guayaramerín. Além da ponte, o projeto inclui a construção de acessos e um complexo de fronteira, que facilitará a fiscalização e o controle aduaneiro entre os dois países. Embora o nome da empresa vencedora não tenha sido mencionado no edital inicial, espera-se que o DNIT divulgue mais detalhes sobre o contrato e os prazos específicos nos próximos comunicados oficiais.Nas redes sociais, a notícia da licitação tem gerado grande expectativa entre os moradores de Rondônia e da Bolívia. Usuários no Twitter e no Instagram compartilharam imagens do edital e comentários positivos sobre a obra, destacando a possibilidade de maior integração cultural e econômica. Jornais locais, como o “Rondônia ao Vivo”, também publicaram matérias reforçando a importância estratégica da ponte para a região Norte do Brasil.
Assessoria