
Um bebê Calebe de Souza, de apenas quatro meses de vida, foi transferido do Hospital da Criança, em Rio Branco, para o Hospital da Criança e Maternidade de São José do Rio Preto, em São Paulo, na madrugada desta quinta-feira (30).
Ele, que é de Plácido de Castro, no interior do Acre, sofre de uma cardiopatia congênita grave diagnosticada como tetralogia de Fallot, uma malformação rara que afeta o fluxo de sangue entre o coração e os pulmões. A condição exige cirurgia corretiva e acompanhamento especializado, o que motivou a transferência.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), o paciente foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) cardiopediátrica da unidade paulista, que é referência em atendimentos de alta complexidade. A transferência foi autorizada após o quadro clínico de Calebe se estabilizar.
O bebê deu entrada na UTI do hospital após passar pelo pronto-socorro da capital, quando apresentou insuficiência respiratória e foi internado.
A pediatra intensivista Elizabeth Souza explicou que a tetralogia de Fallot combina quatro alterações estruturais no coração, o que pode dificultar a oxigenação adequada do sangue e provocar cansaço, falta de ar e coloração azulada na pele.
Apesar da gravidade da doença, a pediatra disse que Calebe não apresenta cianose e que, após a cirurgia, poderá ter uma vida normal.
”Trata-se de uma tetralogia de Fallot rosa, ou pink Fallot [um tipo mais leve de cardiopatia congênita], que não é cianótica [não deixa a pele azulada por falta de oxigênio]. O tratamento é cirúrgico, e com a correção, ele poderá ter uma vida normal”, explicou.
A mãe, Léivia do Vale, contou que a transferência representa um alívio após dias de incerteza sobre o quadro do filho.
”Estou muito feliz. São dias de luta e só tenho gratidão por tudo. Meu filho será transferido e tenho fé em Deus de que logo ele estará bem. Ele é um bebezinho de apenas quatro meses e está sofrendo”, disse Léivia ao governo do Acre.
Durante o período em que esteve internado na capital acreana, Calebe recebeu acompanhamento contínuo da equipe médica e multiprofissional do Hospital da Criança.
Com a transferência, ele deve seguir agora sob cuidados intensivos até a realização do procedimento corretivo.
G1AC

