Quarta-feira, 31 de dezembro de 2025 - [email protected]







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Comissão de Esporte foca no incentivo, valorização dos atletas e limite a bets


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(Foto: Leonardo Sá/Agência Senado)

Incentivo ao esporte, limites à propaganda de bets e campanhas de proteção à mulher em estádios. Esses foram alguns dos avanços debatidos e aprovados na Comissão de Esporte (CEsp), no primeiro semestre de 2025. Alguns deles, inclusive, prestes a serem sancionados pela Presidência da República. É o caso do projeto que fortalece a Lei de Incentivo ao Esporte, que aumenta  limite de dedução no Imposto de Renda para o incentivo a esse setor e torna essa política pública permanente. 

O texto (PLP 234/2024) foi apresentado pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE) e, no Senado, foi relatado pela senadora Leila Barros (PDT-DF), presidente da CEsp. 

Pela proposta, a partir de 2028, pessoas físicas que contribuírem financeiramente com iniciativas desportivas poderão abater até 7% do IR. Para empresas, a dedução será ampliada de 2% para 3%. Além disso, o limite para a pessoa jurídica sobe para 4% se o projeto for de inclusão social.

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As regras para deduções fiscais também deverão ficar mais claras e transparentes, com a fixação de parâmetros para que estados e municípios criem leis semelhantes antes da adoção, em 2033, do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). O objetivo é aumentar a captação de recursos para projetos esportivos, com estímulo especial ao desenvolvimento de base.

Segundo o Ministério do Esporte, desde 2007, a Lei de Incentivo ao Esporte já ajudou a captar cerca de R$ 6 bilhões. Somente em 2024 foi captado R$ 1 bilhão.

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A lei atual de incentivo ao esporte foi sancionada no fim de 2006 e regulamentada por decreto em 2007. Em 2022, os incentivos fiscais previstos na lei foram prorrogados até 31 de dezembro de 2027.

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Esse também foi um dos temas abordados em audiência pública da comissão. Durante o debate, a presidente da CEsp, senadora Leila Barros, chegou a destacar a importância estratégica dessa política pública para o presente e para o futuro do esporte nacional.

— Nosso desafio é tornar essa política mais eficaz, mais transparente e mais acessível. Queremos garantir que os recursos da lei cheguem a quem mais precisa deles, desde pequenos projetos comunitários até centros de excelência do esporte nacional — afirmou a senadora, que conduziu a sessão.

A audiência pública contou com a participação de lideranças e representantes do setor esportivo como a ex-ministra do Esporte e presidente-executiva da organização sem fins lucrativos Atletas pelo Brasil, Ana Moser, e a diretora de Programas e Políticas de Incentivo ao Esporte do Ministério do Esporte, Caroline Gomes Neves Carvalho. 

Propagandas de bets

Um dos assuntos mais debatidos pelo Senado no primeiro semestre de 2025 foi o reflexo da liberação e da regulamentação do mercado de apostas on-line na vida dos brasileiros. Apesar de o assunto ter sido aprofundado pelas investigações e pelos depoimentos concedidos na CPI das Bets, a Comissão de Esporte também apresentou iniciativas para tentar proteger a sociedade e limitar a publicidade desenfreada desse mercado. 

Uma pesquisa do Banco Central indicou que, de janeiro a março deste ano, os apostadores destinaram até R$ 30 bilhões por mês às bets. Ainda conforme a instituição, os beneficiários do programa Bolsa Família chegaram a transferir R$ 3 bilhões às empresas de apostas, por meio de pix, em agosto de 2024. De acordo com o documento, a média gasta pelos beneficiários do programa social com as apostas no período foi de R$ 100. 

Nesse sentido, a CEsp aprovou e o Plenário do Senado referendou o projeto que restringe a propaganda de apostas eletrônicas. O texto, que aguarda votação na Câmara dos Deputados, cria regras para publicidade relacionadas às apostas de quotas fixas. Entre elas, está a proibição de utilizar imagem ou contar com a participação de atletas, artistas, comunicadores, influenciadores ou autoridades em ações de comunicação, publicidade e marketing veiculadas em rádio, televisão, redes sociais ou internet. Os horários de veiculação das peças publicitárias também passam a ser restritos.

O PL 2.985/2023, do senador Styvenson Valentim (PSDB-RN), foi aprovado com parecer favorável do senador Carlos Portinho (PL-RJ). 

Combate à violência

A comissão aprovou ainda proposta que obriga clubes de futebol a exibirem campanhas de conscientização sobre a violência contra a mulher em eventos com mais de 10 mil espectadores (PL 4.842/2023). A obrigação vale para clubes que recebem verbas públicas de loterias e inclui a veiculação das campanhas nos telões, sistemas de som e contratos de transmissão dos jogos. As peças, conforme o projeto da senadora Augusta Brito (PT-CE), serão elaboradas por órgãos públicos e protagonizadas, sempre que possível, por figuras do esporte, cultura e artes.

O texto aprovado foi relatado pela senadora Leila Barros e seguiu para a Câmara dos Deputados.

Valorização da carreira esportiva

Outras medidas importantes buscaram dar mais dignidade e segurança à trajetória dos atletas. Um projeto obriga organizações esportivas formadoras, como categorias de base de clubes, a promoverem a conscientização dos jovens sobre a limitação temporal da carreira esportiva e a necessidade de planejamento para o futuro. A proposta, que aguarda análise da Câmara dos Deputados, inclui cursos sobre formação educacional, planejamento financeiro e apoio psicológico para atletas a partir dos 16 anos.  O texto é da senadora Leila e foi aprovado pela comissão (PL 4.439/2024) com relatório do senador Jorge Kajuru (PSB-GO).

Também foi aprovado o PL 3.047/2024, que isenta do Imposto de Renda os valores recebidos por atletas medalhistas olímpicos a título de premiação. A proposta, apresentada por Nelsinho Trad (PSD-MS) e relatada por Leila, surgiu após o fim da vigência da MP 1.251/2024, editada durante os Jogos de Paris. Leila defendeu a proposta como forma de estímulo direto à alta performance esportiva e valorização da carreira curta dos atletas. A matéria tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). 

Proteção de identidade e imagem

Outra medida aprovada pela CEsp (PL 3.074/2024) garante a clubes e atletas o uso exclusivo de seus nomes, símbolos e apelidos — mesmo sem registro no INPI. A proposta, do senador Carlos Portinho, busca proteger a identidade institucional e individual no contexto comercial e desportivo e agora aguarda votação na Câmara dos Deputados. 

Debates

A Comissão de Esporte também discutiu, ao longo do semestre, temas que mobilizaram o setor, como o fortalecimento das modalidades olímpicas e paralímpicas. Na audiência, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) pediu mais recursos públicos, especialmente com a regulamentação da receita proveniente das apostas esportivas. 

Os senadores discutiram ainda a desigualdade de gênero no esporte, reunindo atletas e ex-atletas para cobrar mais investimento, visibilidade e políticas inclusivas para mulheres dentro e fora das arenas esportivas.

A CEsp também promoveu audiência sobre os vetos à Lei Geral do Esporte, que foram amplamente criticados por representantes do setor por comprometerem avanços como a justiça desportiva e benefícios fiscais. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

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