
Uma professora foi presa após ser flagrada por câmeras de segurança agredindo um menino de 4 anos com uma pilha de livros em uma escola particular de Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) como um crime de maus-tratos qualificado pela lesão grave, com possibilidade de enquadramento por tortura.
Nesta reportagem, o g1 mostra o que se sabe e o que falta saber sobre o caso:
- Onde e quando aconteceu
- O que mostram as imagens
- Consequências para a criança
- Versão inicial da professora
- Manifestação da escola
- Outras denúncias
- O que diz a polícia
Onde e quando aconteceu
caso aconteceu na última segunda-feira (18), na Escola Infantil Xodó da Vovó, que atende cerca de 90 alunos em Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul.
A professora Leonice Batista dos Santos, de 49 anos, foi presa preventivamente na sexta-feira (22), em Palmeira das Missões, no Norte do estado.
Na delegacia, Leonice permaneceu em silêncio quando foi interrogada. O advogado Henrique Bischoff Hartmann, responsável pela defesa dela, disse ao g1 que ela “permanecerá em silêncio” e que solicitou à Justiça a liberdade dela – até este sábado (23), ela seguia presa.
O que mostram as imagens
câmera de monitoramento, dentro da sala de aula, registrou o momento da agressão.
Nas imagens, a professora aparece gritando com o menino e, logo depois, agredindo ele com uma pilha de livros. Na gravação, é possível ouvir o impacto do momento da batida. Em seguida, a docente coloca os materiais sobre uma mesa, pega um papel para limpar a criança e, por fim, segura sua mão e a conduz para outro local.
Consequências para a criança
Com a gravidade das lesões, a criança perdeu um dente e teve outros cinco comprometidos, sendo necessário o uso de aparelho.
Após a agressão, ao levarem o filho a uma dentista, os pais ouviram da profissional de saúde que os ferimentos poderiam não ser consequência de uma queda, como alegava a professora.
Segundo os pais, o menino está em recuperação, mas enfrenta restrições alimentares. Ele está se alimentando com a ajuda de canudo ou com comidas pastosas, segundo sua mãe, que prefere não se identificar.
“Na medida do possível, estamos nos mantendo. De canudinho, estamos conseguindo aos poucos a reintrodução com uma colherinha de silicone, alimentos pastosos, líquidos e triturados”, relatou a mãe.
Além disso, conforme relato dos responsáveis, a criança também está sofrendo emocionalmente.
“Sinto ele muito com medo. Qualquer barulho para ele, ele está assustado, até conosco. E é um trauma. Fica um trauma. Trauma para sempre”, desabafa o pai.
O aluno estava na escola há cerca de dois meses.