Em 2022, o deputado estadual Cirone Deiró (União), alertou Rondônia para a falta de discussão sobre a privatização da BR 364 que agora se transformou em pesadelo para a economia do estado. Na época, Deiró enfatizou a importância de ouvir a população antes de tomar decisões que impactariam diretamente a vida dos rondonienses. “A privatização da BR 364 sem a devida consulta pública é um desrespeito à nossa população e pode trazer consequências desastrosas para a economia do estado”, afirmou o deputado.
Recentemente, o leilão da BR 364 foi realizado e o consórcio 4UM-Opportunity foi o único participante, vencendo a concessão com um desconto de apenas 0,05% sobre a tarifa de pedágio. A concessão prevê investimentos de R$ 6,35 bilhões em obras de duplicação e adequação das vias, além de R$ 3,88 bilhões em despesas operacionais. No entanto, a falta de concorrência e a pressa em implementar as praças de pedágio antes das melhorias prometidas, que podem demorar até oito anos, geraram grande preocupação entre a sociedade organizada de Rondônia.
Os valores dos pedágios são considerados exorbitantes. Um carro de passeio pagará R$ 250 para percorrer o trecho de ida e volta entre Vilhena e Porto Velho, enquanto um caminhão bitrem terá um custo de aproximadamente R$ 2 mil. Esses altos custos logísticos podem encarecer o transporte de mercadorias e reduzir a competitividade dos produtos rondonienses, afetando especialmente o agronegócio, setor vital para a economia do estado.
A BR 364 é uma das rodovias mais importantes do país, ligando São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, e facilitando a exportação da produção agropecuária pelo Norte do Brasil. No entanto, a concessão não atende às principais reivindicações dos rondonienses, como a duplicação completa da via, esperada pela sociedade rondoniense há anos, e a garantia de melhorias significativas na infraestrutura.
A realidade sobre a privatização da BR 364 está longe de cumprir as expectativas iniciais. A promessa de duplicação dos 720 km totais da rodovia, não será cumprida. Apenas 120 km serão duplicados, o que representa uma pequena fração do total necessário para melhorar significativamente a infraestrutura e segurança da via.
Os altos custos do pedágio terão um impacto negativo direto na economia local, especialmente no agronegócio, que depende da BR 364 para o escoamento de sua produção.
A falta de cumprimento das promessas de duplicação deixará a situação das estradas quase inalterada, com os mesmos problemas de segurança e infraestrutura, mas agora com um fardo financeiro ainda maior para os usuários. Diante desse cenário, a sociedade precisa se mobilizar para exigir um modelo de concessão mais justo e transparente. Governantes devem ser pressionados a garantir que os investimentos sejam realizados antes da implementação dos pedágios, evitando um colapso na economia. Caso contrário, Rondônia enfrentará um retrocesso logístico e econômico, com uma rodovia cara e ineficiente que comprometerá o desenvolvimento do estado.
Assessoria