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Wankabuki vence prêmio em festival de cinema dentre 1,7 mil inscritos com filme sobre lavadeiras através de aclamação popular


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Curta metragem faz resgate cultural de mulheres que formaram Vilhena e Rondônia às margens dos rios e da história

O filme vilhenense “A Margem da História: Mães, Avós e Nós”, com direção de Valdete Sousa, do Teatro Wankabuki, ganhou o prêmio de melhor produção na categoria Júri Popular no 2° Festival de Cinema de Rondônia (CineRO). Concorrendo com 1,7 mil filmes de todo o país, o curta metragem foi exibido em Porto Velho em mostra virtual e presencial no Espaço Tapiri.

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“Vilhena cresceu à margem de um rio, o Pires de Sá. E aqui a história das lavadeiras se perdeu nos registros históricos. Há hoje poucas fotos e relatos da época. As mulheres que viveram esse início da cidade estão indo e com esse filme quis trazer essa realidade difícil à tona, visto que para os homens tomarem à frente nas fotos da história, muitas mulheres foram ocultadas na lama dos rios de Vilhena, e de Rondônia, lavando suas fardas, uniformes e camisas sociais”, comenta Valdete, diretora da produção.

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Dos 861 votos dados aos 135 filmes selecionados para serem votados, o curta do Wankabuki foi o grande vencedor com 115 votos, mais de 13% do total. O curta foi exibido na mostra virtual e na Mostra T(D)elas no Espaço Tapiri, em 1° de setembro. No evento, festival Valdete Sousa ofertou ainda a “Oficina de Introdução à Produção Cultural”, capacitando novos produtores culturais em um treinamento gratuito e aberto à comunidade.

A sinopse oficial do vídeo premiado revela o tom dramático e intenso do filme: “Lavadeiras sem nome nas margens de rios e córregos ocupadas com suas trouxas e cantorias. Águas caudalosas correm de fontes escuras, os sons que põem a vida: pássaros, águas, vento, árvores flutuando em sopros. Pela boca de nossos personagens fictícios ou reais, sabemos o que aconteceu aqui, mulheres resistindo às florestas, à dor e aos males desta terra que dá e tira em proporções iguais. Da água ao pó seco que as estradas levantam. Do barro barrento em tempos de chuva, da lama e das águas frias que fazem doer os ossos nas margens dos rios. Entre esquinas de trabalho, idas e vindas de sonhos e desejos de encontrar o Eldorado”.

A organização do evento destaca que o festival promove a acessibilidade ao cinema e destaca Rondônia como um importante centro cultural. O 2° Cine RO é viabilizado com recursos da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), contando com o patrocínio da Energisa e apoio do Instituto Energisa, Cine Veneza, Complexo Madeira-Mamoré, Fecomércio RO e produção da Fundação Cultural do Estado de Rondônia FUNCER, além de ser realizado pela Zenital Produções, Ministério da Cultura e Governo do Brasil.

Criado em 2021 para enfrentar os desafios da distribuição cinematográfica, o festival promove a democratização do audiovisual, especialmente em regiões onde a distribuição comercial é limitada. Nesta edição foram 17 mostras paralelas e exibições em formato híbrido ao longo de 30 dias. Neste ano, o festival recebeu 1701 inscrições, e a curadoria selecionou 135 filmes, incluindo 10 produções de Rondônia. Além das mostras competitivas, o projeto realiza circuitos de exibições em escolas e bairros periféricos, oficinas, workshops e bate-papos, fortalecendo o mercado audiovisual local.

Texto e fotos
Assessoria

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