Um trabalho integrado, denominado Operação Akpé, para a repatriação de 12 araras-azuis-de-lear e 17 micos-leões-dourados, apreendidos em Togo, foi realizado pela Polícia Federal, em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e contou com apoio do Ministério das Relações Exteriores. O tráfico dos animais está sob investigação, a fim de identificar todos os responsáveis envolvidos nessa prática criminosa.
Os animais foram localizados, dia 12/2, em Lomé, capital do país africano, em um veleiro de bandeira brasileira. Na ocasião, quatro homens foram presos pelas autoridades locais: um uruguaio, um surinamês, um brasileiro e um togolês, logo após a embarcação apresentar problemas na costa africana e ser abordada por policiais locais. A prisão em flagrante destes ocorreu por estarem na posse de animais protegidos pela Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), da qual o Togo é signatário.
Ao tomar conhecimento da situação, uma equipe formada por veterinários e especialistas do Ibama deslocou-se àquele país, no dia 19/2, a fim de assegurar a sobrevivência dos animais.
Já no dia 22/2, uma aeronave da Polícia Federal partiu do Brasil levando servidores da PF e do Ibama para auxiliar nos trabalhos de recuperação das espécies, antes do retorno ao Brasil. Além disso, foram realizadas ações de polícia judiciária para auxiliar as investigações que já estavam em curso. A chegada ao Brasil ocorreu no sábado, 24/2.
O Ministério das Relações Exteriores foi outro órgão que contribuiu para a repatriação, inclusive albergando os animais na Embaixada do Brasil em Lomé até a retirada dos animais do território togolês. O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) foram outros dois órgãos que colaboraram com os trabalhos.
Situação dos animais
Os micos-leões foram encontrados debilitados, desnutridos, intoxicados e com óleo de motor na pelagem. Já as araras apresentaram episódios de estresse. O Ibama avalia colocar anilhas para marcação nas aves. Os micos receberão microchips.
Repatriação
As araras-de-lear devem ser encaminhadas para uma estação quarentenária. Já os micos-leões-dourados seguirão para um centro de recuperação de animais onde cumprirão quarentena.
Repatriação é um processo de devolução dos animais ao habitat, aquele local em que a espécie é naturalmente encontrada, proporcionando retorno às funções biológicas no meio ambiente.
Akpé significa obrigado na língua local. Uma homenagem à cooperação das autoridades togolesas.
Assessoria