Antiga estação da Estrada de Ferro em Guajará-mirim está com a infraestrutura precária, objetos enferrujados e com a vegetação crescendo no interior deles. Ministério Público de Rondônia cobra respostas sobre a revitalização.
Ferrugem, mofo, poeira e rachaduras são atualmente os elementos que compõe parte da história de Rondônia. A antiga estação (e agora museu) da Estrada de Ferro Madeira Mamoré de Guajará-mirim (RO) se encontra com a estrutura precária, os objetos histórico enferrujados e vegetação crescendo por toda parte. (veja imagens abaixo)
O local antes funcionava a estação final da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, localizada no Km 366 da ferrovia. Foi inaugurada em 30 de abril de 1912 e fechada em 1972.
Em 1992, a construção se foi transformada no Museu Histórico Municipal de Guajará-Mirim. Seu acervo tem peças que contam a história da Ferrovia, dos trabalhadores e dos seringueiros — e consequentemente a história de Rondônia e Guajará-Mirim. Entre as peças também existem artefatos indígenas, além de espécies da fauna de Rondônia e da Bolívia empalhadas.
Depois de uma vistoria técnica feita pelo corpo de bombeiros em 2010, foram identificadas falhas estruturais e a ausência de objetos para prevenção contra incêndio e pânico. Depois disso o local precisou ser interditado.
Dois anos depois, a obra foi entregue pelo governo do estado e custou cerca de R$ 450 mil. Mas a previsão de reabertura aconteceu apenas nos anos seguintes. Agora, depois de 14 anos, o Ministério Público de Rondônia apura um possível abandono no local.
A estrutura, tombado pelo estado de Rondônia, abriga peças da Madeira-Mamoré, cerâmicas encontradas durante a construção da ferrovia, móveis, fotografias e até “restos” de “animais pré-históricos”. Veja as fotos de como os objetos estão armazenados:
No pátio do museu estão expostas:
- uma locomotiva 4-6-0, nº 20, fabricada pela Baldwin em 1909, engatada a um carro de passageiros e um vagão prancha antigo;
- e uma locomotiva 2-8-2, n° 17, fabricada em 1936 pela Berliner Maschinenbau, engatada a um vagão prancha.
Segundo o MP-RO, partes dessas locomotivas apresentam ferrugem e vegetação crescendo entre os trilhos e as peças metálicas.
Locomotivas no museu — Foto: Késia Fernanda
A Usina Hidrelétrica de Jirau atualmente é a responsável pelo local. Ela assumiu o compromisso de revitalizar a área onde fica o museu como uma das medidas para compensar os impactos que a construção da hidrelétrica causaria no patrimônio arqueológico, histórico e cultural de Rondônia.
Segundo a prefeitura de Guajará-Mirim, alguns projetos de revitalização já foram enviados para o Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e aguardam aprovação. Depois disso, os objetos serão retirados do local para que as obras sejam iniciadas.
O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) informou que solicitou à Jirau Energia e à Secretaria de Estado da Juventude, Cultura, Esporte e lazer (Sejucel) informações sobre as obras de revitalização do museu, além de comunicar a situação ao Iphan.
Ao g1, o Iphan informou que “a área em questão encontra-se fora do perímetro protegido por tombamento federal e de seu entorno”, sendo a responsabilidade do governo de Rondônia. O g1 procurou o governo, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.
Sobre a revitalização, o g1 entrou em contato com a Usina Hidrelétrica de Jirau, mas não obteve respostas até a última atualização desta matéria.
Por G1/RO