A Azul Linhas Aéreas não vai mais oferecer voucher como acordo nas audiências judiciais em Rondônia. Foi o que revelou o gerente de relações institucionais da empresa, Camilo Coelho, em reunião extraordinária da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa (Alero) nesta quarta-feira (16).
Durante a fala na tribuna, o representante da Azul reafirmou que no estado existe uma alta judicialização contra a empresa e isso foi determinante para redução de suas operações no estado.
“O estado tem nos ajudado com infraestrutura e com incentivos, mas, desde 2019, já havia uma alta incidência de judicialização em Rondônia. Se tivermos uma queda nos processos, aí sim podemos retomar nossas operações aqui. A gente quer trabalhar junto e não colocar culpa em A, B ou C. A Azul está em busca de uma solução, é do nosso interesse continuar nossos investimentos e precisamos desenvolver nossa base aqui”, destacou Camilo.
Segundo o representante da empresa, essa cultura de judicialização excessiva está por trás do processo que a empresa tem hoje, com altíssimo custo em processos. “Isso impacta economicamente no valor dos nossos voos”, destacou.
O representante da Azul também destacou que lá no início, quando um cliente entrava na justiça contra a companhia, o time jurídico entendeu o voucher como uma opção para selar um acordo entre as partes.
Com o passar dos anos, na visão da empresa, o voucher virou um comércio presente no estado e a Azul vai mudar sua política.
“Naquele início, tínhamos o entendimento também que a emissão do voucher não podia ser emitido de forma nominal [em nome de quem tava processando], pois a pessoa poderia usar para viajar com algum familiar”.
“A partir de agora não vamos mais fazer acordos que envolvam voucher e, se necessário for, a gente vai continuar o processo e vai até o julgamento”, ressaltou Camilo.
15 mil processos em Rondônia
Em um intervalo de um ano e meio, a Azul Linhas Aéreas sofreu 15 mil processos judiciais no estado.
Os números também mostram que dos 15 mil processos sofridos pela Azul, em 7% deles a pessoa que entrou com a ação, ganhou. Outros 10% dos processos foram julgados improcedentes, ou seja, o autor perdeu a causa.
Ainda segundo o balanço, em 35% das ações o judiciário aprovou o acordo feito pelas partes do processo.
Devido à judicialização, a empresa decidiu suspender voos diretos para Manaus e também para Cuiabá. Em contrapartida, a companhia diz que a partir de novembro vai ofertar um voo direto para Belo Horizonte.
POR: G1-RO