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Primeira estudante surda certificada no Curso Técnico em Informática do Campus Guajará-Mirim


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A primeira aluna surda do Técnico em Informática Integado ao Ensino Médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Guajará-Mirim, a receber certificação de conclusão do curso é Israelly Limeira. A cerimônia de certificação dos novos técnicos ocorreu no dia 20/12. A turma iniciou os estudos na instituição no ano de 2020.

“O IFRO me ajudou a ampliar meus horizontes, sou muito grata por toda a paciência e dedicação dos professores comigo. No começo não foi fácil, era difícil acompanhar todas as disciplinas, mas pouco a pouco eu fui melhorando e aprendendo mais e hoje estou muito feliz de terminar o ensino médio aqui. Sempre lembrarei com carinho dos anos que passei no Instituto”, afirma Israelly.

Para o IFRO, a inclusão educacional das pessoas com deficiência beneficia toda a comunidade acadêmica, uma vez que a inclusão das pessoas com deficiência na rede regular de ensino permite que a escola se torne não só um ambiente de assimilação de conteúdos acadêmicos, mas também um local onde se aprende a respeitar as diferenças e a perceber a beleza existente da diversidade humana, em que cada um possui suas particularidades, sua forma de ver o mundo e o seu tempo de aprender.

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Para o Intérprete de Libras e Coordenador do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (Napne/IFRO/Guajará), Laurindo Neto, “ao longo desses três anos não foi fácil, como campus tivemos que repensar várias coisas e dar uma nova roupagem ao processo de ensino/aprendizagem para que ele pudesse atender as especificidades da Israelly de maneira adequada. É muito satisfatório poder ver sua evolução ao longo desses três anos e perceber seu desenvolvimento não só em conhecimentos acadêmicos, mas principalmente em relação a sua visão de mundo e sua autonomia. E saber que de alguma forma pude contribuir com isso me dá uma alegria indescritível”.

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Como instituição, o IFRO tem por objetivo promover uma educação pública, gratuita e de qualidade para todos. E essa preocupação institucional demonstra-se por meio de ações institucionais como: contratação de profissionais, pagamento de bolsas para que os alunos com deficiência possam ser acompanhados por um mediador e a disponibilidade de carga horária adicional para que os docentes possam planejar melhor as aulas. Essas ações demonstram o interesse do instituto não só no acesso desses alunos, mas no seu desenvolvimento durante os anos em que estiverem na instituição e a conclusão do curso de forma exitosa.

“Foi um grande desafio para todos nós, mas valeu a pena cada momento de dificuldades que passamos. Quero agradecer por vocês desde o começo terem acreditado e serem confiantes que tudo ia dar certo para Israelly, obrigada pelo esforço, pela dedicação e apoio que vocês deram a ela. Somos muito gratos a todos vocês que tiveram ao longo desses três anos com ela. Somente Deus para recompensar cada um de vocês. Só tenho a agradecer e dizer que estamos muito felizes com o resultado do aprendizado no IFRO”, declarou a mãe da estudante, Solange Limeira.  O pai da aluna, Marcelino Limeira, também fez seu agradecimento dizendo que “o IFRO despertou nela o desejo de estudar”.

Conforme o Coordenador do Curso Técnico em Informática, Neemias Hitotuzi, “o convívio e o trabalho desenvolvido com a Israelly certamente é um orgulho e um presente para todos nós, pois nos propiciou reflexões sobre as necessidades de mudanças no ambiente escolar que busquem atender às demandas da diversidade visando efetivarmos a inclusão de alunos como a Israelly na sociedade cultural e científica por meio da educação dentro do Instituto. Estou muito grato e feliz em ter participado e contribuído nesse processo e em vê-la concluindo merecidamente esse ciclo”.

A Tradutora Intérprete de Libras do Campus Guajará-Mirim, Dunia Coimbra, reconhece o crescimento da estudante. “Nesses três anos da Israelly no IFRO, pude perceber que o desenvolvimento e a aprendizagem dela foram bastante significativos. No último ano, sendo aulas presenciais, foi cansativo, porém proveitoso. Ela conseguiu se desenvolver ainda mais, amadurecer como pessoa, passou a gostar de participar de projetos, de discutir sobre temas que são importantes para a sociedade, a ter opinião e a se posicionar como cidadã. Ou seja, aquela menina tímida que ingressou no IFRO foi se desenvolvendo, amadurecendo cada dia mais, e eu me sinto muito feliz e grata por ter a oportunidade de fazer parte desse aprendizado, e com certeza eu também aprendi muito com ela, obrigada Israelly, esse tempo que passamos juntas você também me ensinou”, finalizou Dunia.

 

 

Fonte: Assessoria IFRO

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