Os dados são da Pnad realizada no último trimestre de 2021 e divulgada nesta quarta-feira
Mais de 60% da população da região Norte do Brasil se sente insegura de andar sozinha à noite nas ruas. Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) feita no último trimestre de 2021 e divulgada nesta quarta-feira (7).
Ainda de acordo com a pesquisa, no cenário nacional mais da metade dos brasileiros estão inseguros quanto a andarem sozinhos à noite nas ruas. Ao todo, 51,7% das pessoas que responderam a pesquisa disseram terem medo de sair às ruas depois que o sol se põe.
A maior sensação de insegurança foi observada na Região Norte, onde o percentual chega a 60,4%. A menor sensação foi registrada na região Sul atingindo 38,1% das pessoas. Nas demais regiões, os percentuais são: Nordeste com 54,4%, Sudeste, 53,1% e Centro-Oeste 50,4%.
Por outro lado, os brasileiros se sentem menos inseguros no período diurno, de acordo com a pesquisa, 20,3% dos brasileiros têm medo de andar sozinhos nesse horário. Na média, a sensação de insegurança em qualquer hora do dia atinge 28,8% dos brasileiros.
Ainda de acordo com a pesquisa, o nível de segurança dentro do domicílio chega a 89,5%. Mas ao questionar se os moradores se sentem seguros em seu bairro a porcentagem cai para 72,1% e aqueles que dizem sentir segurança ao circular pela cidade como um todo despencam para 54,6%.
Quando analisadas as zonas urbana e rural, o percentual de sensação de segurança dentro de casa é praticamente o mesmo, 89,5% para a cidade e 89,6% para o campo. Mas quando analisada a sensação em relação ao bairro e à cidade, há divergências.
Na zona urbana, as pessoas que dizem se sentir seguras no bairro são 70,2% e, na cidade como um todo, 52,8%. Na zona rural, a sensação de segurança no bairro atinge 84,3% das pessoas, enquanto aqueles que se sentem seguros na cidade como um todo são 66,5%.
As mulheres, em geral, se sentem mais inseguras que os homens. Aquelas que se sentem seguras em casa são 88,6%, no bairro, 69,5% e na cidade, 51,6%. Por outro lado, os percentuais para os homens são de 90,5%, 75% e 58%, respectivamente.
As vítimas de roubos e furtos também demonstram menos segurança. Enquanto entre as pessoas que não sofreram roubo no último ano, 71,6% se sentem seguras, entre as vítimas de roubo, a proporção daqueles que se sentem seguros cai para 37,6%.
Homens x mulheres
De acordo com a Agência Brasil, comparando homens e mulheres, os entrevistados do sexo masculino têm mais medo (13,5%) que as mulheres (8,5%) de ser vítimas de violência policial. Além disso, 13,4% dos homens têm medo de ser confundidos com bandidos, enquanto entre as mulheres esse receio só atinge 6,9% delas.
O medo de ser vítima de agressão sexual atinge mais mulheres (20,2%) do que homens (5,7%). “Em geral, as mulheres têm percepção de risco alto e médio maiores para quase tudo [ser assaltada, ter sua casa assaltada, ser vítima de violência física, ser assassinada, estar no meio de um tiroteio etc], mas a diferença mais gritante é ser vítima de agressão sexual”, explica Alessandra.
Brancos x negros
Ainda de acordo com a Agência Brasil, pesquisa também mostra que os negros têm mais medo de ser vítimas da polícia, de ser assassinados ou ser baleados do que os brancos. Em relação à violência policial, 12,8% dos negros têm receio de ser vítimas, enquanto entre os brancos esse medo atinge 8,5%. O medo de ser confundido com bandido pela polícia afeta 12,5% dos negros e 6,8% dos brancos.
Os negros que percebem risco médio ou alto para bala perdida são 18,3%, para estar no meio de um tiroteio, 18% e de ser assassinado, 14%. Para os brancos, os percentuais são de 14,2%, 13,9% e 11,5%, respectivamente.
O risco de ser sequestrado, por outro lado, é percebido mais por brancos (13%) do que por negros (10,6%).
Por: diariodaamazonia