A Justiça de Rondônia revogou, na terça-feira (2), a prisão preventiva de 22 réus da Operação Carga Prensada, acusados de integrar uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas. Eles estavam presos há aproximadamente 11 meses.
Natielly Karlailly Balbino, filha do ex-deputado Nilton Capixaba, é uma das pessoas que foram atendidas com a decisão. Três homens apontados como líderes da organização também fazem parte do grupo de réus que tiveram a prisão preventiva revogada.
Natielly estava em prisão domiciliar desde outubro de 2021, depois de alegar que os filhos dependiam de seus cuidados. Com a decisão recente, ela e outro réu que estava em prisão domiciliar não precisam mais utilizar tornozeleira eletrônica.
Para conceder a liberação, o juiz Adriano Lima Toldo avaliou, entre outros pontos, que os bens imóveis da organização foram apreendidos e as empresas que, em tese, eram utilizadas para a lavagem de dinheiro foram bloqueadas.
Também é de entendimento do juiz, que a organização criminosa foi “interrompida e inviabilizada” com a ação policial e, portanto, “não há risco atual para a ordem pública e ação penal”. Também foi considerado que a maioria dos réus foram ouvidos, assim como as testemunhas do caso.
Restrições
Para manterem o direito à revogação da prisão, os réus devem comparecer a todos os atos processuais e manter os endereços e contatos atualizados nos autos até o final do processo. Além disso, devem cumprir as seguintes regras:
- Não manter contato entre si ou com testemunhas até a conclusão do processo;
- Não se ausentar da zona de domicílio sem autorização judicial;
- Não sair da residência entre 19h até às 6h ou em nenhum momento de fins de semana, feriados e folgas;
Procurada pelo g1, a defesa da ré citada informou que não há nada a declarar sobre a sentença.
Operação Carga Prensada
A operação carga prensada foi realizada no dia 15 de setembro de 2021 em oito estados, incluindo Rondônia. Na ação foram cumpridos 45 mandados de prisão e 63 mandados de busca e apreensão.
A PF sequestrou 150 veículos de luxo – incluindo Land Rover, BMW e Camaro -, aeronave, lancha e imóveis comprados com o dinheiro ilícito do tráfico pela organização criminosa. A Justiça também autorizou o bloqueio de contas da organização criminosa nas redes sociais.
Segundo investigação da PF, os integrantes da quadrilha faziam o envio de grandes quantidades de cocaína de Rondônia, através de caminhões, para outros estados.
Fonte: G1RO