Um grupo com mais de cem pessoas gerou um tumulto e impediu a apreensão de um trator utilizado em crimes ambientais dentro do Parque Estadual Guajará Mirim, em Rondônia. O caso aconteceu na quarta-feira (27) em Jacinópolis, distrito de Nova Mamoré (RO), distante cerca de 280 km de Porto Velho.
Vídeos gravados pela própria população mostram dezenas de pessoas – entre mulheres, homens e até mesmo crianças – em volta do trator, como forma de protesto. Os populares chegaram a atear fogo em pneus para impedir a passagem das viaturas da PM.
Segundo o boletim de ocorrência da ação policial, após mais de uma hora tentando dialogar com a população, a PM decidiu utilizar munição antimotim, como granadas de efeito menos letal e “balas de borracha”. Um dos vídeos mostra algumas pessoas correndo ao som dos disparo.
Entenda
Uma equipe de inteligência da Polícia Militar localizou, através de satélites, duas máquinas causando desmatamento no Parque Estadual Guajará-Mirim. As duas foram localizadas no distrito de Jacinópolis: uma delas abandonada e sem o motor de partida, tornando inviável sua locomoção.
O outro maquinário – uma pá carregadeira – foi localizado estacionado em frente a uma borracharia. O motorista se apresentou aos policiais e confessou que estava dentro da unidade de conservação no dia anterior, terça-feira (26), “cortando bueiros” e “desmanchando pontes” quebradas. Ele recebeu voz de prisão e foi escoltado.
No entanto, segundo o registro policial, no momento de recolher o trator, várias pessoas foram cercando até somar mais de uma centena. Eles questionavam sobre o motivo da apreensão e diziam que o maquinário não seria levado. O documento narra também que várias pessoas carregavam pedras e pedaços de madeira.
Quando a multidão foi dispersada, após o uso das munições antimotim, os agentes descobriram que os pneus da pá carregadeira tinham sido furados, várias mangueiras hidráulicas foram danificadas e a máquina ficou imobilizada.
O motorista do maquinário foi autuado por causar dano direto ou indireto às unidades de conservação e multado em R$ 21.200.
O g1 entrou em contato com a Polícia Militar e a Secretaria de Estado da Segurança (Sesdec) para questionar se alguém foi ferido na ação policial e quais medidas serão tomadas quanto às pessoas envolvidas no motim, mas não recebeu resposta até a última atualização desta matéria.