Adélio Bispo, autor da facada no presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018, deve passar por nova perícia médica no próximo mês para avaliar se ainda representa perigo à sociedade e pode ser solto. A solicitação de nova análise foi feita pelo MPF (Ministério Público Federal) nesta semana.
Quando foi considerado inimputável em 2018, Adélio foi absolvido das acusações, porém, como prevenção, está internado por tempo indeterminado. Na sentença foi fixado um prazo mínimo de três anos para que ele se submeta à nova perícia. Considerando que a decisão é de 14 de abril de 2019, a partir de 14 de junho deste ano Adélio já pode passar por nova análise.
Por meio de nota, a DPU (Defensoria Pública da União) ressaltou que, caso a nova perícia conclua pelo fim do risco à sociedade, ainda caberá recurso. “Eventual desinternação do senhor Adélio Bispo somente será possível a partir do trânsito em julgado da decisão que determinou a desinternação”, pondera a DPU, em nota.
“É importante mencionar que a desinternação será sempre condicional, devendo ser restabelecida a internação se o agente, antes do decurso de um ano, praticar fato indicativo de persistência de sua periculosidade, conforme previsto no art. 97 do Código Penal”, acrescentou a defensoria.
Laudo psicológico comprovou que o autor do atentado contra o hoje presidente da República tem “transtorno delirante persistente”. Inquéritos da Polícia Federal demonstraram que ele agiu sozinho na sua tentativa de matar Bolsonaro. Adélio envia carta à DPU.
Em uma carta enviada à DPU, revelada pelo UOL em fevereiro último, Adélio Bispo pede que o Supremo Tribunal Federal (STF) avalie limites à punição que cumpre na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS). Para Adélio, sua defesa deveria pedir aos ministros que averiguem se sua internação sem data para acabar é inconstitucional.
É o que ele diz em uma de duas cartas que escreveu para serem entregues à Defensoria Pública da União, segundo o UOL apurou. Elas foram redigidas dentro da cadeia e circularam pelas mãos de funcionários do presídio, responsável por encaminhá-la ao defensor de Adélio.
Numa das cartas escritas à mão por Adélio, ele argumenta que não pode ficar isolado por mais tempo do que prevê a lei. Hoje, a detenção máxima é de 40 anos. Em outra carta que escreveu para a Defensoria, Adélio, que reclama da quantidade de medicamentos que toma, diz que mudar seu tratamento médico.
Aos 43 anos, ele é atendido por médicos psiquiatras, mas na carta pede que seja atendido só por psicólogos.
Fonte: Uol Notícias