A perícia confirma que a vítima sangrou até a morte
O exame toxicológico que iria dizer se a adolescente Laryssa Victoria foi drogada, antes de ser morta e enterrada, não pôde ser realizado porque o corpo dela não tinha mais sangue. A Polícia Civil confirmou a informação nesta segunda-feira (25).
De acordo com o delegado Niki Locatelli, a perícia confirma que a vítima sangrou até a morte e, por este motivo, não foi encontrado sangue no corpo dela para realizar o exame toxicológico.
Morta e enterrada por assistente social
A adolescente identificada como Laryssa Victória, de 17 anos, estava desaparecida há dois dias, em Ouro Preto do Oeste (RO). No domingo (20), o corpo da jovem foi encontrado em uma cova, no quintal da casa de Ronaldo dos Santos Lira, assistente social na cidade. Ele foi preso em flagrante.
O delegado Niki Locatelli, atendeu a ocorrência, e contou que a adolescente estava desaparecida desde a sexta-feira (18), após ter saído com amigas.
“O pai da jovem nos relatou que ela havia ido com algumas amigas até uma conveniência na noite da última sexta-feira, mas que ela não retornou para casa. Ele mesmo fez buscas por conta própria, durante o sábado (19), mas ao anoitecer procurou a polícia, pois não teve notícias”, disse Locatelli.
Após a denúncia do desaparecimento feita pelo pai, a polícia começou a investigar o caso e recebeu a informação de que Laryssa teria sido vista pela última vez com o suspeito, identificado como Ronaldo Santos.
A Polícia Civil iniciou as buscas pela jovem e ouviu testemunhas que estavam na conveniência do posto de combustível. Além disso, a polícia teve acesso a imagens de câmera de monitoramento, onde mostram a jovem sendo puxada à força pelo suspeito.
Os investigadores foram à casa do suspeito, no último domingo. Ele não estava no local, mas como a casa não tinha muro, os agentes notaram que parte da terra do quintal estava mexida e do lado de fora havia um colchão queimado, diante das suspeitas o delegado decidiu iniciar uma escavação.
“Essa terra fofa, mexida recentemente, chamou a atenção dos investigadores, onde suspeitaram que no local poderia estar o corpo da adolescente. Diante dessa suspeita, dei a ordem para entrar e escavar a terra mexida. A gente localizou o corpo ali”, disse o delegado.
Segundo o delegado Niki Locatelli, o suspeito tentou “apagar” os vestígios do crime após enterrar o corpo da menina.
Após encontrarem o corpo, os policiais foram até a casa da mãe do suspeito e lá o encontraram. O assistente social recebeu voz de prisão em flagrante por crime de homicídio qualificado por motivo fútil e ocultação de cadáver.
Suspeito confessa “sempre quis matar”
Ronaldo dos Santos Lira suspeito de matar e enterrar o corpo de Laryssa Victória no próprio quintal, em Ouro Preto do Oeste (RO), confessou em interrogatório que matou a adolescente pelo “desejo de matar” que tinha desde a infância. A Polícia Civil informou na quinta-feira (7).
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Niki Locatelli, Ronaldo dos Santos Lira prestou depoimento nesta quinta e deu detalhes de como matou Laryssa. O interrogatório durou mais de cinco horas e possui mais de 10 páginas de transcrição.
“Ele revelou que tinha esse desejo desde a infância, ele sempre quis matar alguém e ver a pessoa sofrer. Ele fala que via muitos vídeos e já chegou ver pessoas sendo esquartejadas e ele diz que tinha prazer nisso”, disse o delegado.
Ronaldo disse em depoimento para a Polícia Civil que ele saiu de casa na sexta-feira, 18 de março de 2022, com a intenção de matar alguém. Ele acabou encontrando Laryssa e sentiu um “chamado” de que tinha que ser ela. De alguma forma ainda não revelada, ele convenceu a menina a ir até a casa dele.
Ele disse que na manhã do sábado, 19 de março, enquanto Laryssa dormia, ele pegou a própria bolsa da vítima, enrolou a alça no pescoço dela e tentou um estrangulamento. Nesse momento, a adolescente acordou e questionou porque ele estava fazendo aquilo.
Em seguida, Ronaldo diz que pegou uma faca e deu um golpe no pescoço da vítima. Então ficou a “assistindo sangrar”. O laudo tanatoscópico confirma que Laryssa morreu de hemorragia externa por instrumento pérfuro-inciso, ou seja, sangrou até a morte. Ele narrou no interrogatório que enquanto ela morria ele ria de prazer.
“Laryssa morreu aos poucos e ele teve prazer em vê-la morrendo aos poucos”, comentou o delegado. Após a morte, Ronaldo teria saído para buscar comida e voltou para comer vendo o corpo de Laryssa.
“São descrições de um crime chocante e aterrorizante. Realmente mexeu até conosco, investigadores”, finaliza Niki.
Por: diariodaamazonia