Cheia do Rio Machado já é a maior dos últimos 45 anos.
Mais de 600 casas já estão alagadas por causa da cheia histórica do Rio Machado em Ji-Paraná(RO), região central do estado. Segundo a Defesa Civil, 100 famílias precisaram deixar suas residências e estão desalojadas.
Uma das moradoras prejudicadas é Valquiria Alves, ela deixou a casa junto com a neta. Elas só conseguiram salvar algumas roupas.
“O pouquinho que a gente tem às vezes divide com a minha filha, pois a casa dela alagou. A neném dela, minha neta, também perdeu todas as roupinhas na enchente “, disse Valquiria à Rede Amazônica.
A aposentada Luzia Alexandre Valenttin também foi uma das atingidas pela cheia e ela precisou contar com ajuda de amigos para não perder os móveis de casa, onde mora com o marido.
“A gente ficou muito apavorado, pois nunca vi uma situação dessa. Quando eu acordei da manhã, pisei no chão e senti água dentro de casa. Coração quase saiu pela boca”, revelou.
Muitas das famílias estão sendo retiradas de casas com ajuda de voluntários. Derli Gouveia, que é delegado, se juntou a essa corrente do bem.
“A gente tá tendo a oportunidade de auxiliar essas pessoas, estamos convidando a todos que tem a possibilidade de acolher alguém. Essas pessoas moram aqui [nas margens do rio] não por escolha, mas por necessidade”, diz.
Manuel Dantas é presidente da Colônia dos Pescadores de Ji-Paraná e também está auxiliando na retirada de moradores atingidos pela cheia do rio Machado.
“Estamos pedindo apoio de empresários que possam nos ajudar com apoio, roupa, alimentação e essas coisas básicas. As doações podem ser doadas na Colônia de Pescadores, na rua Tenente Brasil”, afirma.
Cheia histórica
O Rio Machado é medido pela ANA, em Ji-Paraná, desde 1977. Até então, a maior marca tinha sido registrada em 2014. Na época, o rio chegou aos 11,66 metros e cerca de 200 famílias foram afetadas.
Já cinco anos depois, em 2019, o nível do rio voltou a subir e chegou aos 11,62 metros. Várias famílias também tiveram que sair de casa na época.
O nível do Rio Machado catalogado nesta segunda sobrepôs os anos de 2019 e 2014 e se tornou a maior desde que o rio começou a ser mensurado, em 45 anos.
Por: G1/RO