Uma passageira de 28 anos que desembarcou nessa segunda-feira (29) em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, de um voo que saiu de Joanesburgo, na África do Sul, está sendo monitorada pela Vigilância Sanitária do município por causa dos registros da nova variante ômicron no Brasil.
Nessa terça-feira (30), o Instituto Adolfo Lutz confirmou dois resultados positivos para a variante do coronavírus no país em dois passageiros vindos da África do Sul foi feito pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo. E, nesta quarta-feira (1º), a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo confirmou o terceiro caso em um passageiro da Etiópia que desembarcou no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Grande SP, no último sábado (27).
De acordo com o relatório da Vigilância, a jovem chegou à noite em Várzea Grande em um voo que saiu de Joanesburgo, onde ela mora, e foi para a a casa da avó.
Na tarde dessa terça-feira (30) a equipe da Vigilância foi até a residência e a avó dela, de 72 anos, informou que ela havia saído com os filhos, de 6 e 11 anos, para ver a irmã em uma loja no shopping de Várzea Grande.
“Fizemos toda a investigação e a coleta. Agora, ela vai ficar em quarentena e em monitoramento nos próximos 12 dias”, disse a superintendente de Vigilância em Saúde de Várzea Grande, Relva Cristina.
A avó confirmou que a neta havia recebido uma mensagem de um profissional da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no celular, orientando acerca da necessidade da quarentena obrigatória de 14 dias quando chegasse ao destino.
A equipe entrou em contato com a passageira e reforçou a necessidade de quarentena e afirmou que a situação dela seria informada às autoridades sanitárias.
A jovem apresentou resistência e disse que não havia sido informada formalmente sobre o isolamento.
Ela reside em Joanesburgo e veio para o Brasil para buscar os filhos. Por causa disso, ela informou que estaria de passagem rápida e que não conseguiria realizar a quarentena de 14 dias para retornar.
Quando a passageira chegou à residência estava com as duas crianças no banco de trás do carro. Nenhum deles usa máscara de proteção.
“Chegou ao local de forma relutante, levantando vários questionamentos sobre a necessidade da realização da quarentena, e dizendo que não havia sido informada formalmente”, diz trecho do relatório.
A jovem também argumentou que no e-mail que recebeu da Anvisa, contendo orientações acerca da viagem, havia a informação de que “caso observasse o aparecimento de sintomas, poderia ser indicado pelas autoridades sanitárias a realização do isolamento”, e afirmou que ela não oferecia risco, pois se encontrava sem sintomas e teria testado negativo antes de embarcar, além de ter tomado as duas doses da vacina contra a Covid-19.
Vacinados também ficam em quarentena
A Vigilância explica que a mulher foi orientada no sentido de que a medida de quarentena independe de imunização com a vacina da Covid-19 e de resultado de RT-PCR anterior negativo, pois a mesma poderia encontrar-se assintomática, e ser portadora do vírus e estar transmitindo-o, ou mesmo estar no período de incubação, que pode variar de 3 a 14 dias e por isso não manifestar sintomas e neste momento apresentar exame RT-PCR com o resultado negativo.
Após as orientações dadas pela equipe, foi autorizada a coleta do exame. A paciente informou que realiza um tratamento no Brasil, de seis em seis meses, pois possui anemia ferropriva e pediu orientação acerca de como proceder sobre essa situação.
Ela informou também que aguarda contato da companhia aérea para o agendamento do voo de retorno a Joanesburgo e que até o momento não havia recebido nenhuma informação.
A Vigilância Sanitária disse que irá continuar monitorando a passageira por 14 dias.
O novo teste feito e analisado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen) deu negativo para o coronavírus.
A variante
A variante ômicron – também chamada B.1.1529 – foi reportada à OMS em 24 de novembro de 2021 pela África do Sul. De acordo com OMS, a variante apresenta um “grande número de mutações”, algumas preocupantes. O primeiro caso confirmado da ômicron foi de uma amostra coletada em 9 de novembro de 2021 no país.
Nesta terça (30), autoridades sanitárias holandesas afirmaram que a variante já estava presente na Holanda no dia 19 de novembro – uma semana antes do que se acreditava e antes da OMS classificar como variante de preocupação.
A primeira imagem da variante ômicron do coronavírus revelou mais que o dobro de mutações que a da variante delta.
FONTE: G1/MT