O presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremero), Robinson Machado, denunciou que pelo menos 10 bebês recém-nascidos teriam morrido no mês de setembro por falta de profissionais nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Neonatal do Hospital de Base Ary Pinheiro, em Porto Velho.
O pronunciamento foi feito durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (22).
“Essa situação se torna caótica. Hoje no berçário, o mês de setembro ainda não foi finalizado, mas nós já tivemos a perda de 10 recém-nascidos com a deficiência de profissionais”, disse.
O foco principal da coletiva, realizada em parceria com os conselhos de enfermagem e fisioterapia, era situar a população sobre o cenário da saúde nos hospitais do estado, após a demissão dos profissionais contratados emergencialmente para auxiliar no período de enfrentamento à Covid-19.
Os resultados apresentados na coletiva foram colhidos durante vistorias realizadas nos últimos dias nas maiores unidades do estado.
Os conselhos apontam que a grande quantidade de demissões geram mudanças preocupantes nas unidades de saúde estaduais, sobretudo no Hospital de Base. São elas:
- Fechamento de 58 leitos clínicos que atendiam gestantes vítimas da Covid-19, pacientes da cardiologia e nefrologia, entre outros
- Fechamento de nove leitos de UTIs que impacta cirurgias neurológicas e cardíacas
- Restrição no horário para admissão de pacientes provenientes de outras unidades de saúde
- Diminuição na oferta de exames de imagem e laboratoriais.
O diretor do Cremero aponta ainda que não existe um planejamento para analisar como deve ficar a situação das unidades de saúde com a demissão de tantos profissionais.
O que diz o governo?
Durante a tarde desta quarta-feira, o diretor-técnico do hospital, Cristiano Almeida, se pronunciou negando as informações do Cremero.
“No mês de setembro nós tivemos quatro mortes de recém-nascidos que podem acontecer em uma UTI neonatal de alto risco”, informa.
Cristiano também negou que a unidade tenha fechado leitos e que tenha diminuição na oferta de exames laboratoriais ou imagem.
O secretário estadual de saúde, Fernando Máximo, também se pronunciou sobre o caso e defendeu que as demissões dos profissionais estavam previstas há um tempo, considerando que eles foram contratados para atuar no período caótico da pandemia.
Fonte: G1RO