O Governo de Rondônia, por meio do Complexo Hospitalar Regional de Cacoal, realizou a quarta captação de órgãos de 2021 no último domingo (15). O doador de rins e córneas foi um homem de 34 anos, morador do Rio de Janeiro, que morreu em Cacoal em decorrência de um traumatismo crânioencefálico. A cirurgia contou com o apoio de uma equipe de Porto Velho, da Coordenação de Organização de Procura de Órgãos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
“Como o doador era de outro estado, realizamos a entrevista com os familiares por videochamada e a Central de Doação de Órgãos do Rio de Janeiro foi ao encontro dos familiares coletar a assinatura do termo de aceite”, explicou a coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT ) do Complexo Hospitalar de Cacoal, Leiri Bonet.
Conforme a coordenadora, em todo o Brasil a doação de órgãos só pode ser realizada com a autorização expressa de um familiar. Na cirurgia de domingo, realizada no Hospital de Urgência e Emergência Regional (Heuro), foram o pai e o irmão do doador que autorizaram a captação dos órgãos para doação. “Essa é a única maneira de deixar registrado que você é um doador! É avisando a família, pois é ela quem precisa decidir na hora do óbito”, ressalta.
Desde que o Governo de Rondônia implantou o serviço de captação de órgãos em Cacoal, 25 cirurgias foram realizadas, sendo 12 no Hospital Regional e 13 no Heuro. Para se ter ideia da importância da doação de órgãos, apenas em 2021, com as quatro cirurgias de captação realizadas, 18 pessoas de diversos estados brasileiros foram beneficiadas.
De acordo com Leiri Bonet, no Brasil, a maior fila de espera é por transplante renal, seguida por córneas, fígado, pâncreas/rim (duplo), coração, pulmão, pâncreas, multivisceral e intestino. Em meio à dor da perda, o aceite por parte da família carioca possibilitou que a doação dos rins e das córneas captadas, no Heuro, no domingo, mudasse a vida de pessoas dos estados de São Paulo e de Rondônia.
“A doação é um ato simples, nobre e muitas vezes, num momento de dor, vem acalentar o coração das famílias que perdem entes queridos. É um ato de amor que salva outras vidas. Milhares de pessoas aguardam, na fila de espera, todos os anos. O transplante é considerado um tratamento e não a cura de muitas doenças crônicas, mas sem dúvida, é a garantia de continuidade da vida daqueles que passam por esse procedimento”, finalizou a coordenadora do CIHDOTT.