O Governo de Rondônia, por meio do Programa de Orientação e Defesa do Consumidor (Procon), alerta sobre aumento no número de vítimas que têm caído em golpes ocorridos através de aplicativos de mensagens e redes sociais. Pelo menos duas empresas do Estado tiveram o perfil clonado e lideram o número de reclamações.
De acordo com o coordenador Estadual do Procon, Ihgor Rego, as empresas entraram em contato com o órgão após perceberem que tiveram seus perfis clonados nas redes sociais. Uma delas fez um alerta em sua página oficial depois de tentar, por várias vezes, denunciar o perfil fake sem sucesso e por isso pediu orientação ao Procon.
“A fraude começa com a criação de um perfil falso, onde o grupo de estelionatários se passa pela verdadeira empresa e entra em contato com as vítimas oferecendo benefícios. Uma dessas empresas sediadas em Porto Velho é do ramo hoteleiro e o perfil falso oferecia diárias de presente, mas em troca a pessoa deveria enviar um código que aparecesse na tela. Ao enviar o código o consumidor tinha o aplicativo de mensagens clonado e liberava todo o acesso aos dados. Com o aplicativo clonado os estelionatários começavam a pedir dinheiro aos amigos da vítima”, explica o coordenador.
O GOLPE
Pelo menos cinco consumidores já procuraram o Procon depois de caírem no golpe e foram encaminhados a Delegacia Especializada em Crimes contra o Consumidor e Defraudações (Deconde) para apuração por se tratar de crime.
“A clonagem de número de telefone em aplicativos de mensagens é um dos golpes mais comuns e que vem aumentando cada vez mais nos últimos anos”, alerta o coordenador.
Ihgor Rego explica ainda que os golpistas têm diversos meios de conseguir o número da vítima e clonar esse aplicativo de mensagem mais usado hoje em dia. O mais usual é quando o número da vítima é retirado de anúncios em plataformas de sites de compras ou anúncios públicos em redes sociais.
Através disso, as vítimas recebem um torpedo de SMS no qual consta um código de seis dígitos. Depois disso, o golpista se passa por funcionário da plataforma de anúncio e solicita este código, alegando que isso é necessário para ativar o anúncio. Outras vezes alegam que houve duplicidade de anúncio, com valores diferentes. Para isso solicitam a verificação da vítima com dados pessoais (nome completo, CPF, RG, endereço) e finalizam solicitando o código que a vítima recebeu em seu celular.
O código é uma verificação e não deve ser repassado a terceiros. O golpista digita o número de celular da vítima no celular dele para ativar o aplicativo. Este código foi enviado para o celular da vítima. É por este motivo que o bandido solicita o código, pois diz ser um passo necessário para habilitar o anúncio, induzindo a vítima a fornecê-lo. Com esse código em mãos, o golpista desvia o aplicativo da vítima para o que foi instalado no celular dele e a vítima perde o acesso ao aplicativo.
A partir disso, o falsário conversa com os amigos da vítima, se fazendo passar por ela, fala que está sem dinheiro, com algum problema na conta ou cartão de crédito bloqueado e solicita dinheiro emprestado, se comprometendo a pagar no dia seguinte. Os amigos da vítima, acreditando estarem falando com pessoas de sua confiança, acabam transferindo o dinheiro para a conta bancária informada, que normalmente é de algum laranja. Assim que a transferência é feita, eles também se tornam vítimas do golpe e, na maioria das vezes, só percebem se tratar de outra pessoa quando já realizaram o depósito.
COMO IDENTIFICAR A FRAUDE
golpista cria uma conta falsa na rede social com todas as informações e imagens do perfil original da empresa, um clone quase perfeito, exceto pelo nome usado na extensão do endereço. Com a página fake no ar, os golpistas começam a entrar em contato com potenciais vítimas do golpe, dizendo que analisaram o perfil dela e oferecendo vantagens. Mas atenção, em alguns casos os golpistas tem conseguido fazer até a verificação da conta, identificada por um selo azul.
COMO EVITAR CAIR NO GOLPE
Para evitar cair nesse golpe é muito importante habilitar a confirmação em duas etapas do aplicativo de mensagens. Basta clicar em ‘Configurações/Ajustes’, depois em ‘conta’ e em seguida em ‘confirmação em duas etapas’, depois é só habilitar senha de 6 dígitos numéricos. Caso já tenha enviado o código para alguém e caído no golpe, é preciso enviar um e-mail para o suporte do aplicativo pedindo desativação temporária de sua conta e explicando o que aconteceu.
COMO DENUNCIAR PERFIS FALSOS
Se você encontrar uma conta que acredite estar se passando por uma pessoa, marca ou organização, denuncie.
- Toque em “…” na parte superior direita do perfil
- Toque em Denunciar
- Selecione “O conteúdo é inadequado” e, depois, “Denunciar conta”
- Selecione a opção “Está fingindo ser outra pessoa”
- Indique se a conta falsa está fingindo ser você, uma pessoa conhecida ou uma celebridade/figura pública. No caso de perfis verificados, você pode indicar qual o perfil legítimo que a conta falsa está fingindo ser.
RECUPERAR SUA CONTA
O primeiro passo para recuperar a conta é solicitar a verificação via SMS. Reinstale o aplicativo de mensagem e entre com seu número de telefone e confirme o código de seis dígitos que você receberá via SMS. Dessa forma, qualquer indivíduo que estiver usando sua conta será desconectado automaticamente.
Notifique amigos e família. Muitos golpistas usam sua lista de contatos para solicitar informações sigilosas e pedir depósitos em dinheiro. Se sua conta for violada, entre em contato com pessoas próximas para avisar sobre o ocorrido. No caso de uma pessoa supostamente conhecida solicitando dinheiro, é recomendável entrar em contato por telefone para confirmar a autenticidade do pedido.
Entre em contato com a equipe de atendimento do aplicativo enviando um e-mail em português, com assunto como “Conta clonada/roubada” contendo o número em formato internacional (+55 DDD …). Descreva o ocorrido com o máximo de detalhes possível no corpo do e-mail.
REGISTRAR OCORRÊNCIA
Para apuração de denúncias, ligue 197 ou 98439-0102 da Polícia Civil e o boletim de ocorrência em Rondônia deve ser registrado como estelionato pela internet na página da Delegacia Eletrônica da Polícia Civil.