A história de um grafiteiro brasileiro e um colombiano em busca da sobrevivência dessa arte, que ainda sofre com o preconceito de ser visto como vandalismo ou marginalização, rendeu frutos ao documentarista peruano Joaquín Lopez Padilla. Com um curta-metragem, os produtores conquistaram uma vaga em um dos maiores festivais de cinema no Peru. A premiação será no dia 27 de julho, amanhã à noite e o vencedor ganhará uma bolsa de estudos no curso de cinema.
Gravado, no final de 2019, antes da pandemia, o curta-metragem “Conexión Sudamericana”, garantiu uma disputa em um dos maiores festivais de Cinema, idealizado no Peru, ao prêmio na categoria de curta-metragem não ficcional.
O produtor Padilla revela que antes de iniciar a carreira de documentarista, trabalhou de cinegrafista e editor em uma loja de fotografia de um amigo conterrâneo, Michael Vargas, na cidade de Vilhena, e com isso despertou-se o interesse em documentários. Após pesquisar e conhecer a arte da cinematografia decidiu se inscrever em fazer o curso de “cinema total” no Instituto de Cinema em São Paulo (SP), mudando-se para a capital.
Ao chegar a SP, hospedou-se em um hostel, lugar onde conheceu “Tinta”, um colombiano que fazia grafites nas ruas de SP. Ali nasceu a ideia de produzir um documentário, porém precisavam de mais um personagem e através de um colega do curso, conheceu mais um grafiteiro, “Mion”. Uniram-se para produzir o documentário mostrando a rotina de ambos como grafiteiros, na capital paulista.
O peruano revela que as filmagens para produção do documentário duraram um mês e contou com ajuda de um colega de curso, uma maquiadora e um amigo francês, e a parte de edição e finalização, foi feita quando retornou ao Perú, com ajuda de um amigo que trabalha na produtora.
“O processo de captação das imagens foi realizado em São Paulo e assim que finalizei o curso decidi voltar para meu país e montei o roteiro, e depois mostrei para meu amigo o material. Ele achou incrível o projeto e me ajudou com a edição e finalização. No final o documentário teve a contribuição de todos, sem eles isso não se tornaria realidade”, diz o documentarista.
Após finalizar o documentário, Padilla se inscreveu no “Festival de Cinema Inconstrastable”, um dos maiores festivais de cinema realizado no Perú, na cidade de Huancayo. O material audiovisual passou por uma seletiva concorrendo com mais 60 conteúdos na categoria de curta-metragem não ficcional, e depois passou por outra seletiva ficando entre as 15 melhores para concorrer ao prêmio na categoria.
“O material que produzimos ficou muito bom e isso me animou que eu participasse nesse festival, mas não imaginava que ficaria entre os melhores concorrendo ao prêmio. Realmente fico feliz, e isso me faz acreditar que posso chegar mais longe e sou grato a Deus e as pessoas que abriram as portas para mim, mostrando meu trabalho”, pontuou.
Ansioso com a premiação que acontece nesta próxima terça-feira (27), o documentarista revela que está na torcida pelo prêmio. “Estou na torcida de poder vencer, mas se não acontecer, vou ficar feliz e vou continuar minha jornada como documentarista. Quero dar sequências a uns projetos que estou produzindo e que devo lançar ainda este ano, e depois ir ao Brasil para visitar amigos e futuros trabalhos”, finalizou.
Texto: Petter Vargas