A Polícia Federal foi recebida a tiros nesta quarta-feira (2) ao cumprir mandados contra um empresário, alvo da 4ª fase da Operação Sangria, que investiga supostos desvios de recursos de combate à Covid no Amazonas. O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e o secretário de Saúde do estado, Marcellus Campêlo, também estão entre os investigados.
O empresário era alvo de mandados de busca e prisão temporária. Ainda não está claro se o empresário fez os disparos para o alto ou em direção aos policiais. Se ficar comprovado que foi contra os agentes, ele vai responder por tentativa de homicídio. Foram apreendidas quatro armas.
Segundo uma fonte, ninguém ficou ferido.
O advogado do empresário afirmou que não foi autorizado a acompanhar as buscas. Ele confirmou que houve tiros durante a ação, disparados pelo empresário.
STJ
Na abertura da sessão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo comunicou o episódio aos ministros da corte, responsável pela expedição dos mandados.
“Foi uma situação bastante constrangedora e perigosa lá em Manaus”, afirmou Lindôra.
Ela disse que foi a primeira vez em 30 anos que viu algo do tipo acontecer em uma operação da PF. “Como foi uma situação muito sui generis — uma situação dessas eu nunca tinha visto acontecer –, eu achei por bem comunicar, antes de sair na imprensa, que ocorreu isso em Manaus”, disse Lindôra.
A PF apura supostas irregularidades no hospital de campanha Nilton Lins, usado para o combate ao coronavírus no estado. Em 2020, o governo do Amazonas assinou um contrato para alugar o Complexo Hospitalar Nilton Lins a fim de utilizá-lo como hospital de campanha.
Wilson Lima foi alvo de busca. Já o secretário Marcellus Campêlo é um dos alvos de mandado de prisão. Ele não foi encontrado em dois endereços nos quais foi procurado.
O STJ autorizou também a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do governador e do secretário de Saúde.