O Ministério Público Federal (MPF) denunciou sete pessoas por tentativa de homicídio e organização criminosa a mando da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Seis deles foram presos por meio da Operação Ônix, realizada em abril de 2021, e um está foragido. Outras três pessoas que participaram do crime já haviam sido presas em flagrante em 2020.
Em junho do ano passado, na Estrada da Penal, Bairro Cuniã, um delegado da Polícia Civil ouviu disparos de arma de fogo, acionou a Polícia Militar e perseguiu um veículo suspeito. Na sequência houve a prisão em flagrante de quatro pessoas. Eles haviam planejado e tentado matar um rapaz que acreditavam ser um agente penitenciário federal de Porto Velho (RO).
Ao serem interrogados, um deles afirmou que estavam cumprindo uma “missão” dada pelo PCC em que o objetivo era matar pelo menos um entre quatro agentes penitenciários federais de uma lista com nomes e fotos.
Com o objetivo de atrair a vítima para a realização do homicídio, os denunciados criaram um perfil falso de uma mulher em uma rede social. Ela era a responsável por manter conversas e administrar o perfil, além de atrair o rapaz para frente de uma casa onde pretendiam matá-lo.
No dia marcado, o rapaz aguardava no local em sua moto quando foi surpreendido por disparos de arma de fogo em sua direção. Os tiros partiram de dois carros. Ele não foi atingido por um erro de pontaria. Apenas após a prisão os criminosos descobriram que a vítima não era um agente penitenciário federal.
Após investigações e análises de celulares apreendidos, foram identificados outros envolvidos no crime e houve a deflagração da Operação Ônix, em 2021. Um está foragido.
M. A. era um dos principais integrantes do PCC no estado, foi um dos principais articuladores do plano e era o elo entre Rondônia e o grupo sediado no Paraná. A mulher foi apontada como figura central dentro da organização criminosa, foi a responsável pela aproximação e escolha da vítima, além de estar em um dos carros no momento do ataque. D.S. veio do Paraná até Rondônia para organizar o crime, um dos responsáveis diretos pela execução do plano. N.F. também era um dos principais envolvidos na organização criminosa.
D.C. forneceu armas e coletes balísticos para o grupo e mantinha contato direto com M. A. no dia da ação. I.P. prestou apoio para o aluguel do imóvel onde o grupo planejou o ataque, assim como a mulher, esposa de I.P.
No imóvel alugado pelo grupo foram apreendidas munições, chips e celulares quebrados, capas de coletes balísticos e um pedaço de papelão onde constavam as placas de veículos pertencentes a agentes penitenciários federais de Porto Velho.
O grupo foi denunciado pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado, por motivo torpe, mediante emboscada e contra agente do sistema prisional e organização criminosa. A denúncia é a de número 1011845-65.2020.4.01.410 e será julgada pela Justiça Federal em Porto Velho.