Servidores da saúde indígena precisaram contar com escolta policial para realizar a vacinação em uma aldeia do povo Uru-Eu-Wau-Wau em Campo Novo de Rondônia (RO), nesta semana.
Uma barreira formada por grileiros de terra impedia a passagem da equipe de saúde, que levava as vacinas e suprimentos.
No último fim de semana, houve conflito entre os grileiros e trabalhadores de uma fazenda próxima a aldeia Alto Jamari, do povo Uru-Eu-Wau-Wau. Sete trabalhadores da propriedade fugiram para dentro da terra indígena e foram resgatados pela Polícia Militar (PM).
Por conta da tensão na área, os militares voltaram ao local na quarta-feira (17), para escoltar os agentes de saúde.
Com o apoio da PM, todos os indígenas da localidade foram vacinados e o retorno da equipe ocorreu em segurança.
Durante a ação, três espingardas e 170 munições foram apreendidas. O armamento havia sido deixado na aldeia pelo funcionários da fazenda.
De acordo com o Portal Covid, do Governo de Rondônia, 4.580 indígenas já receberam a primeira dose do imunizante. Mas, segundo o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Porto Velho, as equipes de saúde têm encontrado resistência por parte dos indígenas. Segundo o coordenador do DSEI, o motivo seriam as “fake news” que circulam nas redes sociais e assustam a população.
Além das fake news, o coordenador do DSEI Porto Velho explicou que o acesso às aldeias tem dificultado o avanço da vacinação, já que no mês de janeiro, fortes chuvas caem em Rondônia.
De acordo com o DSEI, 65% dos indígenas e 76% da equipe de saúde indígena já foram imunizadas e todas as vacinas para a aplicação da segunda dose, já estão guardadas.
O DSEI Porto Velho atende indígenas do sul do Amazonas, Porto Velho e municípios de Rondônia, como: Alta Floresta, Guajará-Mirim, Ji-Paraná e um pedaço do norte do Mato Grosso.