Desde 2013, cirurgias de captação de órgãos são realizadas pelo Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) no Complexo Hospitalar Regional de Cacoal. Entre março e outubro de 2020, devido à pandemia do coronavírus, os serviços da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecido para Transplante (Cihdott) foram interrompidos e em novembro do mesmo ano os serviços foram retomados.
“A Coordenação Estadual de Transplante, juntamente com a direção do Complexo Hospitalar, atendendo um pedido do governador Marcos Rocha, perceberam que esse serviço não poderia mais ficar inativo, pois as filas de receptores cresceram significativamente. Diante da pandemia, a cirurgia de captação de órgãos aconteceu no Hospital de Urgência e Emergência Regional de Cacoal (Heuro), uma vez que neste momento o Hospital Regional de Cacoal está atuando como uma referência para o enfrentamento da Covid-19”, destacou Leiri Bonet, coordenadora da Comissão.
Neste final de semana, familiares de uma senhora de 54 anos puderam realizar o seu último desejo feito em vida: ser doadora de órgãos. “Diante do diagnóstico de morte encefálica, o filho autorizou a doação dos órgãos, respeitando o desejo manifestado em vida por sua mãe. Em um momento de dor, a chance de salvar outro ser humano traz um pouco de consolo. Acredito que agora os familiares carregam no peito o sentimento de orgulho, por uma heroína que salvou outras três vidas”, destaca o diretor do Complexo Hospitalar, João Henrique Gomes.
Em cirurgia realizada no Heuro, a equipe liderada pelos médicos José Edson Puerari e Alber Pessoa de Figueiredo, puderam captar rins e córneas da doadora. A doação feita em Cacoal pôde salvar a vida de pacientes de Rondônia, Pará e também de Goiás. Doar órgãos pode salvar muitas vidas e por isso o Governo de Rondônia conta com equipes multidisciplinares envolvidas em todo esse processo, desde médicos, fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais.
O passo principal para aqueles que querem se tornar um doador é conversar com a família e deixar bem claro esse desejo. Apenas a autorização dos familiares possibilita a doação de órgãos por pacientes que tenham tido diagnóstico de morte encefálica.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, esse diagnóstico é regulamentado por uma Resolução do Conselho Federal de Medicina, que determina a obrigatoriedade da realização mínima dos seguintes procedimentos: dois exames clínicos que confirmem o coma não perceptivo e ausência de função do tronco encefálico; exame complementar que comprove ausência de atividade encefálica.
“A doação de órgãos é fundamental para a manutenção e crescimento do número de transplantes no Brasil. É maravilhoso ver a recuperação após o transplante, onde o paciente transplantado, literalmente, ganha a vida. Pensamos que as famílias dos doadores sentem-se de algum modo confortadas, pois, no meio de tanta dor, possibilita-se o prolongamento da vida de outras pessoas muito doentes, que, sem o transplante, poderiam vir a óbito em curto espaço de tempo. Por isso, manifeste seu desejo de fazer parte dessa corrente do bem”, reforçou Leiri.